Ao abordarem uma das questões mais espinhosas das políticas climática, os cientistas afirmaram que a recente desaceleração se baseia num resfriamento natural, temporário, do Oceano Pacífico tropical.
“O hiato actual é parte da variabilidade climática natural”, afirmaram. Situações similares podem voltar a ocorrer, mas avaliados com base numa escala de tempo de décadas. “A tendência de aquecimento muito provavelmente vai continuar com o aumento dos gases com efeito de estufa”, acrescentam.
Ao contrário de previsões anteriores, o aquecimento da superfície terrestre nos últimos anos não andou de mãos dadas com níveis crescentes de gases de efeito estufa na atmosfera.
Nos últimos 50 anos, as temperaturas do planeta subiram 0,12ºC por década, em média. Mas nos últimos 15 anos, a elevação diminuiu a uma taxa de 0,05ºC por década, embora as emissões de combustíveis fósseis tenham continuado a bater recordes.
Yu Kosaka e Shang Ping Xie, do Instituto de Oceanografia Scripps, da Califórnia, decompuseram o calor num modelo do Pacífico tropical centro e leste, uma região que abrange oito por cento da superfície do planeta.
Segundo os cientistas, o resfriamento está relacionado um fenómeno parecido com o “La Niña”. Sob influência do “El Niño”, um acumular de águas excepcionalmente quentes cruza do oeste para o leste do Pacífico. No “La Niña”, acontece o contrário, e o oceano no leste do Pacífico fica mais frio do que o normal. Nos dois casos, podem ocorrer secas extremas ou chuvas torrenciais.
O oceano desempenha um enorme papel na complexa questão do aquecimento global. Ele absorve dióxido de carbono (CO2) e calor na superfície e mobiliza-os com ondas e correntes.
Pesquisas anteriores sobre a então chamada “pausa” climática exploraram a ideia de que o calor que faltava era levado para as profundezas marinhas. O novo estudo sugere outra coisa, afirmou Richard Allan, meteorologista da Universidade Reading, na Grã-Bretanha. Reforça a importância da rotação no vasto corpo que é o Pacífico, mas a uma profundidade relativamente rasa.
“Particularmente os 100 metros mais na superfície em vez da profundidade abaixo de 1.000 metros”, afirmou.
Dese 1750, quando começou a industrialização, os níveis de dióxido de carbono (CO2) aumentaram 40 por cento. (jornaldeangola.com)