Militares da SADC assistem milhares de pessoas

Os 800 efectivos das Forças Aéreas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), envolvidos no Exercício “Zambeze Azul”, iniciam hoje uma gigantesca operação de ajuda humanitária a milhares de pessoas dos municípios de Lumbala Nguimbo, Luau e Cazombo, província do Moxico.
Apoiados por aviões de grande porte e helicópteros, que sexta-feira deixaram a Base Aérea de Saurimo, os efectivos da SADC vão distribuir alimentos, roupa, prestar assistência médica e medicamentosa.
A reportagem do Jornal de Angola chegou ontem ao município de Lumbala Nguimbo, a 300 quilómetros da cidade do Luena, onde vai acompanhar a operação humanitária levada a cabo por três helicópteros, um MI-17 e dois Bell-212, que durante cinco dias vão levar assistência às populações localizadas em zonas de difícil acesso.
“Os aviões de grande porte de Angola e de outros países da África Austral vão transportar toda a assistência humanitária para Lumbala Nguimbo e nós, a partir daqui, vamos levá-la para as comunas e outras áreas de difícil acesso”, disse o capitão Fialho, um dos integrantes da tripulação do MI-8, aparelho que tem como comandante o capitão Quim Miguel.
“Já participei em vários exercícios militares e é sempre gratificante levar ajuda às pessoas mais necessitadas”, disse Quim Miguel, que espera distribuir centenas de toneladas de alimentos às populações. Os efectivos das Forças Aéreas da SADC presentes no “Zambeze Azul” vão dar assistência, socorrer e proteger as populações e fornecer ajuda alimentar. A operação humanitária vai ser levada a cabo em função das necessidades das populações.
Os exercícios militares “Zambeze Azul”, que decorrem sobre o lema “Realizemos os Exercícios Aéreos Zambeze Azul para o reforço da integração regional dos países da África Austral”, além de complementarem e apoiarem as actividades de prevenção, preparação e intervenção em operações de manutenção da paz, vão facilitar a cooperação operacional e rápida entre os Estados membros. A força e a persistência da mulher militar vai ser colocada novamente à prova durante os exercícios aéreos militares “Zambeze Azul”, que decorrem desde hoje até dia 31 de Agosto nas províncias da Lunda-Sul e Moxico.

Mulheres de coragem

Dos 800 efectivos presentes nos exercícios, em representação de vários países da África Austral, apenas dez por cento são mulheres.
Como os homens, as mulheres vão participar nos exercícios simulados de salto com armamento e mochila às costas e material de sobrevivência, equipamentos extremamente pesados que vão comprovar a capacidade das tropas perante o eclodir de um conflito ou participam em acções humanitárias.
Nas Forças Armadas Angolanas desde 2009, a segunda sargenta Maria Morais Figueira representa a organização, força, coragem e determinação da mulher angolana nos exercícios “Zambeze Azul”. Maria Figueira fez a recruta em Benguela. Nos exercícios militares tem a responsabilidade de tratar da logística e alojamento das delegações.
“Inicialmente fiquei no protocolo, mas depois fui transferida para a logística e alojamento das delegações”, explica ela, que já participou em vários exercícios militares. A segunda sargenta Maria mostra determinação, coragem e garra. Para ela, a Força Aérea Nacional é a sua segunda casa: “este era o meu sonho de criança. Depois de fazer a recruta em Benguela, fui transferida para a Força Aérea Nacional e agarrei esta oportunidade com unhas e dentes”.

Lilly é major

A Força Aérea Sul-africana trouxe para o “Zambeze Azul” dez mulheres militares de carreira. Lilly Niemmack é a mais graduada, com a patente de major. À reportagem do Jornal de Angola disse que participar nos exercícios militares eleva a sua auto estima, pois foi treinada para enfrentar todas as adversidades.
“Para ser mulher militar é preciso ter força física e persistência, porque nas Forças Armadas, em particular na Força Aérea, temos de provar as nossas capacidades mais que os homens”, conta a major sul-africana que está em Angola pela primeira vez.
Durante os dias em que vai decorrer o exercício militar “Zambeze Azul”, os efectivos vão realizar manobras de carácter humanitário, que exigem prontidão e eficácia. Mas isso, não intimida as mulheres presentes.
Todas tiveram um treino rigoroso, onde o esforço desafia os limites do corpo humano.
“Nestes exercícios vamos demonstrar a nossa resistência, coragem e determinação”, sublinha a major Lilly Niemmack, que espera chegar ao fim dos exercícios com o mesmo fôlego do início.

(jornaldeqngola.com)