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    Enfermeiros angolanos acusam Governo de não atender às reivindicações

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    O secretário-geral adjunto do Sindicato de Técnicos de Enfermagem de Luanda, António Kileba, acusou hoje em Luanda o Governo angolano de ter cumprido “apenas um por cento” das reivindicações, apresentadas há mais de um ano.

    Em declarações à Lusa, por ocasião do Dia Internacional do Enfermeiro, que se assinala no próximo domingo, o sindicalista disse que o sindicato vai avançar para um processo judiciário, para se encontrar uma saída para o impasse.

    “Por orientação do Governo, fizemos um contrato de parceria com a (associação) Mãos Livres e a partir desta semana vamos entrar com um processo completo para repor a legalidade do que está em falta”, informou António Kileba.

    Segundo o sindicalista, entre as reivindicações, que continuam por ser atendidas, está o pagamento de retroativos, a reconversão de carreiras e o pagamento de subsídios.

    “Quer dizer que muita coisa que foi reivindicada não está a ser respondida aos profissionais”, disse António Kileba, avançando que está prevista para o próximo dia 28 a realização de uma assembleia de trabalhadores para análise da situação.

    Na lista de reivindicações apresentadas em 2012, consta o pagamento de retroativos salariais, resultantes da aplicação do novo regime da carreira de Enfermagem, o pagamento de um adicional salarial para quem trabalha além das suas obrigações profissionais definidas por carreira, bem como o pagamento de subsídios de turno rotativos e noturno.

    O pagamento de subsídios relativos à exposição direta e indireta de agentes físicos, químicos e biológicos e cartão de segurança social também constam do caderno reivindicativo.

    Por ocasião do Dia Internacional dos Enfermeiros, o ministro angolano da Saúde, José Van-Dúnem, na abertura das jornadas alusivas à data, destacou a responsabilidade da classe dos enfermeiros – a mais numerosa do Sistema Nacional de Saúde em Angola – no sucesso que o país tem alcançado no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.

    José Van-Dúnem manifestou a sua satisfação pelo empenho dos profissionais de enfermagem na concretização desses objetivos, todavia, lembrou que a formação é necessária para a obtenção de melhores resultados.

    “Não vai ser possível atingir esses objetivos se não se der uma especial atenção à formação”, disse o ministro, realçando que em Angola existem escolas de enfermagem nas 18 capitais provinciais.

    Para o secretário-geral adjunto do Sindicato de Técnicos de Enfermagem de Luanda, as declarações do governante angolano estão “fora do contexto prático”.

    “Sobre a qualificação de quadros, não existe mudança de categoria dos profissionais, de acordo com o perfil que apresenta. Não nos revemos nesse tipo de declarações para enganar a comunidade. Para os profissionais são discursos que julgamos fora do contexto prático”, frisou António Kileba.

    Em 2012, as reivindicações dos enfermeiros estiveram na base da convocatória de duas greves, em janeiro e maio, tendo a última durado três dias e contado com a adesão de 80 por cento dos enfermeiros de todos os hospitais, centros e postos de saúde da Direção Provincial de Luanda.

    O Sindicato dos Técnicos de Enfermagem conta com 44 mil filiados, dos quais 15 mil estão em Luanda, a capital do país.

    (lusa.pt)

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