Rolf Taeger considera que a aposta do Executivo nas pequenas empresas vai acelerar o crescimento económico e retirar Angola da lista dos países menos avançados, passando a figurar na ordem de países de Rendimento Médio.
O economista ao serviço das Nações Unidas disse ser importante que Angola mantenha o ritmo de crescimento e aposte, cada vez mais, no desenvolvimento sustentável das pequenas empresas.
O especialista, que falava após o encerramento do seminário “Capacidades Produtivas, Crescimento e Redução da Pobreza nos Países Menos Avançados do Mundo: exemplo de Angola”, que decorreu no Ministério do Comércio, disse ser importante que Angola invista na assistência técnica, para assegurar negócios sustentáveis no país. “Assim, cria-se um círculo virtuoso entre as capacidades produtivas, crescimento económico e a redução da pobreza”, sustentou.
Os critérios para abandonar o grupo dos Menos Avançados baseiam-se nos progressos macroeconómicos e sociais, num aumento significativo do Produto Nacional Bruto (PNB), do Índice de Capital Humano (ICH) e na redução do Índice de Vulnerabilidade Económica (IVE). O Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,1 por cento, sendo que o sector petrolífero concorre com 6,6 por cento e o não petrolífero com 7,3 por cento.
O responsável do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Olaf Juergensen, disse que as pequenas empresas criam mais rendimento e empregos directos que impulsionam o crescimento das economias. “As pequenas empresas constituem a chave para a saída da pobreza. E este deve ser o grande investimento dos países menos avançados”, referiu.
Olaf Juergensen considera crucial que Angola direccione os investimentos para os sectores da agricultura, comércio, indústria e tecnologias de informação. “O nível de formação técnica pode ajudar os jovens a desenvolverem os seus projectos de negócios e garantir um desenvolvimento sustentável das suas empresas”, disse.
O responsável do PNUD informou que a organização tem desenvolvido projectos nas províncias de Malange, Benguela, Kuando-Kubango e em Cabo Ledo.O secretário de Estado do Comércio, Álvaro Paixão Júnior, que discursou no encerramento do seminário, agradeceu os apoios da CNUCED e do PNUD pelo empenho e apoio ao Executivo nos projectos que visam ajudar o país a combater a pobreza. Os dados do Comité das Políticas de Desenvolvimento do Conselho Social das Nações Unidas de 2012 apontam Angola como candidata a integrar a lista dos países de Rendimento Médio, a partir de 2015.
No total, 48 países encontram-se actualmente na lista dos menos desenvolvidos – 33 em África, 14 na Ásia e Pacífico e um nas Caraíbas – tendo, até à data, apenas três países – Botswana em 1994, Cabo Verde em 2007 e Maldivas em 2011 – saído dessa lista.
O projecto de desenvolvimento de negócios sustentáveis integra um programa que está a ser levado a cabo pelo CNUCED. O tema do seminário pretendeu introduzir uma discussão sobre as políticas e estratégias de desenvolvimento, que permitem às pequenas empresas melhorarem o nível de vida da população e combater a pobreza, atingindo níveis tecnológicos e de bem-estar da população.
No encerramento do seminário, os 33 participantes foram contemplados com certificados. (jornaldeangola.com)
Natacha Roberto