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    Zona Euro poderá perdurar apesar da crise, segundo inquérito da Angop

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    A Zona Euro poderá perdurar, apesar da crise económica e financeira que afecta alguns países da União Europeia, de acordo com um inquérito realizado pela Angop nos últimos 15 dias.

    Pese embora a conjuntura das economias europeias, marcada pela crise da dívida pública, 56 porcento dos inqueridos acreditam que a zona poderá continuar, enquanto 37 porcento acham que a união monetária poderá acabar em função da crise da maioria das economias do bloco.

    A origem da crise da dívida pública tem raízes na crise financeira do final da década de 2000, onde a falência do Lehman Brothers em 2008 mergulhou o sistema financeiro global numa crise e abriu caminho para a maior crise económica desde a Grande Depressão.

    Os governos de alguns estados lançaram, naquela altura, uma operação para salvar os bancos, envolvendo somas enormes de fundos públicos superiores a 20% do PIB mundial. Isto conseguiu travar o agravamento da situação e o consequente colapso dos mercados financeiros, mas não impediu o alastramento da crise à restante economia.

    A crise começou com a difusão de rumores sobre o nível da dívida pública da Grécia e o risco de suspensão de pagamentos pelo governo grego. As dificuldades com a dívida grega teriam iniciado no final de 2009, mas só se tornaram públicas em 2010. Resultou tanto da crise económica mundial como de factores internos ao próprio país – forte endividamento (cerca de 120% do PIB) e défice orçamental superior a 13% do PIB.

    A partir de Março de 2010, a Zona Euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) debateram conjuntamente um pacote de medidas destinadas a resgatar a economia grega, que foi bloqueado durante semanas, devido em particular a divergências entre a Alemanha, economia líder da zona, e os outros países membros.

    Durante essas negociações e perante a incapacidade da Zona Euro de chegar a um acordo, a desconfiança aumentou nos mercados financeiros, enquanto o Euro teve uma queda regular e as praças bolsistas apresentavam fortes quedas.

    Finalmente, em 2 de Maio de 2010, a União Europeia (UE) e o FMI acordaram um plano de resgate de 750 biliões de euros para evitar que a crise se estendesse por toda a Zona Euro. A essa medida adicionou-se a criação, anunciada a 10 de Maio, de um fundo de estabilização colectivo para a Zona Euro.

    Ao mesmo tempo, todos os maiores países europeus tiveram que adoptar os seus próprios planos de ajuste das finanças públicas, inaugurando uma era de austeridade.

    Diante das sérias dificuldades económicas da Grécia, a União Europeia adoptou um plano de ajuda, incluindo empréstimos e supervisão do Banco Central Europeu. O Conselho Europeu também declarou que a UE realizaria uma operação de resgate do país, se fosse necessário.

    Segundo alguns analistas, em última instância, essa crise poderia significar rebaixamento das dívidas de todos os países da Europa. Os ataques especulativos à Grécia foram considerados por alguns, inclusive pelo governo grego, como ataques à Zona Euro – através do seu elo mais fraco, a Grécia.

    Ameaça de contágio a outros países, no início de 2010 surge uma renovada ansiedade sobre as dívidas públicas excessivas, levando os investidores a exigir taxas de juro cada vez mais altas a vários países com elevados níveis de dívida, de défice público e de défice da balança corrente.

    Por sua vez, isso dificultou aos governos a continuação do financiamento desses défices e o serviço da dívida, sobretudo nos casos onde a economia crescia pouco e investidores estrangeiros detinham uma grande parcela dessa dívida, como acontecia com a Grécia e Portugal.

    Apesar da dívida soberana ter aumentado substancialmente em poucos países da zona euro, e de os três países mais afectados, Grécia, Irlanda e Portugal, representarem apenas 6% do PIB da Zona Euro, foi entendido como sendo um problema da zona euro como um todo, e levou à especulação acerca do contágio a outros países europeus e do possível desmantelamento da Zona Euro.

    A crise provocou uma renovada discussão sobre a coordenação económica e integração fiscal da Zona Euro, sendo apontadas como problemas mais importantes a não existência de um tesouro e de um orçamento consolidado.

    Até ao final de 2012 a crise da dívida tinha obrigado a cinco dos 17 países da zona euro a pedir ajuda aos outros países. (portalangop.co.ao)

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