Durante uma palestra sobre imigração ilegal, realizada na presença do governador provincial, Ernesto Muangala, representantes das forças de defesa e segurança, administradores municipais das áreas de exploração diamantífera e entidades eclesiásticas, os sobas foram informados sobre os perigos que a imigração ilegal traz para a estabilidade política, económica e social do país.
Cientes dos perigos que a província corre com a imigração ilegal, sobretudo com a exploração artesanal de diamantes, que constitui a principal causa da entrada massiva de imigrantes, os sobas garantem defender a economia do país, e colaborar com as autoridades policiais na localização dos estrangeiros ilegais.O município do Lucapa é dos preferidos pelos estrangeiros ilegais, sobretudo provenientes da República Democrática do Congo e do Oeste Africano, que invadem as áreas deixadas pelas empresas de exploração para a prática do garimpo.
As autoridades tradicionais pediram ao Governo Provincial para intensificar as operações nas áreas do garimpo, com vista à recolha e expulsão dos estrangeiros em situação ilegal. Os operadores dos diamantes foram apontados pelas autoridades tradicionais como incentivadores da entrada dos imigrantes ilegais, por registar-se nas suas empresas maior concentração de estrangeiros, que procuram patrocínios para a prática do garimpo, apelando a uma maior fiscalização para evitar situações de género.
O governador provincial disse que a imigração ilegal é um fenómeno que preocupa o Executivo, porque coloca em risco a paz e estabilidade económica do país: “devemos combater a imigração ilegal e toda a sociedade deve estar mobilizada de forma a evitar a entrada de estrangeiros indocumentados”.
Ernesto Muangala elogiou o papel das autoridades tradicionais junto das comunidades, salientando que a vigilância deve ser intensificada na medida em que existem angolanos que protegem os estrangeiros em situação ilegal. Os sobas, referiu o governador, devem manter o controlo das comunidades de modo a denunciarem os casos suspeitos, acrescentando que todo o angolano tem a obrigação de defender o território contra os invasores, para preservar a estabilidade no país.
Acções no Zaire
O Serviço de Migração e Estrangeiros em Cabinda expulsou 53 cidadãos da República Democrática do Congo que viviam ilegalmente em Buço Zau, disse ontem aos jornalistas o inspector chefe do Serviço de Migração e Estrangeiros naquele município. Nicolau Yoba sublinhou as expulsões são resultado de uma operação de fiscalização e de combate à imigração ilegal.
A operação, que se vai estender às sedes comunais e povoações com maior densidade populacional, referiu, destina-se também a combater o auxílio e a cedência de guarida a imigrantes ilegais.
“Vamos prosseguir com esta operação por algum tempo para disciplinar e evitar estas práticas ilegais de imigrantes que entram no país e permanecem em situação irregular”, declarou.
O município de Buço Zau, em pleno coração do Maiombe, é constituído pelas comunas de Nhuca e de Necuto, que faz fronteira com a República Democrática do Congo, onde funciona às quartas-feiras e sábados o mercado com produtos dos dois países.
Melhorias no Ambriz
A Polícia Nacional no Bengo vai melhorar as formas de combate à imigração ilegal a partir do Ambriz, município utilizado como porta de entrada para o país.
Dudu Garcia, comandante municipal da Polícia Nacional, disse que os efectivos não vão poupar esforços para reverter a situação.
Os estrangeiros que entram em Angola de forma ilegal adoptam diferentes formas de actuação para ludibriarem as autoridades, o que faz com que a Polícia incremente planos de contenção para detê-los, por via terrestre e marítima. O responsável informou que existem esforços para impedir que os imigrantes ilegais atinjam a capital.
(jornaldeangola.com)