Após sete cinco horas de conversações, as partes não alcançaram nenhum consenso em torno dos três pontos prévios apresentados pela Renamo para a discussão, que deverá ser retomada em data incerta.
O governo moçambicano e a Renamo desmentiram, no entanto, as informações segundo as quais o partido liderado por Afonso Dhlakama tinha solicitado recursos financeiros no rol das reivindicações.
O chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, disse aos jornalistas que, na carta entregue hoje ao Governo, a maior força política da oposição do país exigiu a presença de observadores nacionais, ou da União Europeia, União Africana, ou da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, para facilitarem o diálogo.
A Renamo impôs também como primeira condição, antes da apresentação de uma agenda às conversações, a libertação “urgente e incondicional” de seus ex-guerrilheiros detidos em Muxungué, Gôndola e Nampula.
A retirada da Força de Intervenção Rápida, polícia antimotim, e de militares das Forças Armadas “que estão a cercar” a região de Gorongosa, onde reside Afonso Dhlakama, líder do partido, foram igualmente as reclamações apresentadas pela Renamo, segundo Saimone Macuiane.
Em declarações aos jornalistas, em conferência de imprensa separada, o chefe da delegação governamental, José Pacheco, disse que o executivo de Maputo “tomou nota” das preocupações, mas condicionou o retorno à mesa das negociações a uma explicação detalhada da contraparte, a Renamo, sobre os termos de referência da presença dos referidos facilitadores.
Segundo José Pacheco, que é igualmente ministro da Agricultura de Moçambique, a posição definitiva do governo às exigências “dependerá daquilo que a Renamo apresentar até sexta-feira”.
(lusa.pt)