Em comunicado, divulgado na quarta-feira, a CIDH, o Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária e três relatores especiais das Nações Unidas fazem um “apelo urgente ao Governo dos Estados Unidos para respeitar e garantir a vida, saúde e integridade pessoal dos detidos da Base Naval de Guantánamo (em Cuba), particularmente no contexto da atual greve de fome”.
O Pentágono reconheceu que 100 dos 166 detidos estão em greve de fome, que 20 estão a ser alimentados à força e que cinco estão no hospital.
O comunicado insta os Estados Unidos a realizarem uma “investigação séria, independente e imparcial dos atos de alimentação forçada de detidos em greve de fome e da alegada violência usada nestes procedimentos”.
Apela ainda ao Governo norte-americano para “adotar passos concretos no sentido do encerramento definitivo do centro de detenção da Base Naval de Guantánamo” e especificar “com clareza e de forma inequívoca” quais são essas medidas.
Até lá, pedem que seja “agilizado o processo de libertação e transferência” dos 86 detidos que “foram certificados pelo próprio Governo para serem libertados” e que seja permitida uma inspeção independente e sem condicionantes.
Na terça-feira, o Presidente norte-americano, Barack Obama, comprometeu-se a fazer um novo esforço para encerrar a prisão militar de Guantánamo
Na quarta-feira, o porta-voz da Casa Branca Jay Carney afirmou que Obama poderá nomear um novo representante do Departamento de Estado para trabalhar nos detalhes da transferência dos detidos, de forma a permitir o encerramento da prisão.
Contudo, a administração norte-americana sublinhou que não conseguirá encerrar Guantánamo enquanto o Congresso continuar a levantar obstáculos.
No início do ano, o Departamento de Estado demitiu Daniel Fried, enviado para encerrar a base, não o tendo substituído até ao momento.
Obama ordenou o encerramento da base de Guantánamo no espaço de um ano quando tomou posse em 2009, sem que o tenha conseguido até agora.
(lusa.pt)