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    Consensos? Maioria vê um PS “irrealista” e “inflamado”

    D.F
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    O PSD encostou ontem as portas do entendimento político que António José Seguro entreabriu no discurso de encerramento do Congresso Nacional do PS deste fim-de-semana, em Santa Maria da Feira. O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, viu na intervenção do secretário-geral socialista uma “grande demagogia” e até “algum irrealismo” ao apelar ao voto dos portugueses sem eleições na agenda. Noutra reacção, também à saída do congresso, o eurodeputado centrista Nuno Melo disse esperar que o PS mantenha a postura de “responsabilidade” e optou por relativizar aquilo que diz serem afirmações “inflamadas” próprias das “dinâmicas dos congressos”.

    Num primeiro comentário às palavras do secretário-geral socialista – minutos depois de ter ouvido António José Seguro fazer um ensaio sobre aquilo que deverá ser o programa eleitoral do PS nas próximas legislativas -, Montenegro admitiu que algumas das propostas até podem vir a ser “olhadas com interesse” pelo PSD. No entanto, ressalvou o social-democrata, o PS precisará de resolver a “inconsistência” das suas propostas para que, “a partir da oposição”, possa reatar os laços do consenso com a maioria no governo, que vêm sendo desfiados ao longo dos últimos meses e que culminaram na moção de censura chumbada no início deste mês.

    Durante uma intervenção de pouco menos de uma hora, que encerrou o fim–de-semana de consagração da nova liderança e de eleição dos novos órgãos nacionais do partido, Seguro disse que não havia “nada de mais errado” no argumento de que o PS se tem desviado dos consensos com o governo. Montenegro contrapôs, insistindo que “há sobretudo uma nota de grande demagogia neste discurso político” de António José Seguro. Para o líder parlamentar do PSD, o socialista “quer assustar os portugueses com o fim da prestação de serviços públicos essenciais e não consegue compreender que quando o governo pretende reestruturar a forma como o Estado presta esses serviços, prestando-os na mesma mas gastando menos, está a tentar salvaguardar e assegurar a sua subsistência no futuro”.

    Em nome do principal partido na Assembleia, Montenegro procurou colar o PS ao PSD, dizendo que não há um caminho para a recuperação económica diferente daquele que a coligação tem “protagonizado na governação”. Montenegro alinhou pela descredibilização de Seguro, ao sustentar que, ainda que possam ser “olhadas com interesse”, as propostas do socialista não passam de ideias “avulsas”, resultantes de “algum irrealismo” da parte de quem pede uma maioria absoluta a dois anos das próximas eleições legislativas ordinárias. Para os sociais-democratas, a expectativa é por isso a de que o PS possa servir o país “a partir da oposição” e numa postura de diálogo com “os partidos que compõem a maioria no parlamento”.

    O centrista Nuno Melo admitiu ter identificado ideias “importantes” no discurso de Seguro, mas não deixou de confrontar o PS com a sua marca na História recente do país: “Portugal está hoje a executar um Memorando que foi negociado pelo PS, subscrito em primeiro lugar por um primeiro-ministro socialista” e, “como é bom de ver, esse PS tem na sua execução uma responsabilidade que esperamos que se mantenha além do tempo dos congressos”.

    Depois de ouvir António José Seguro pedir uma maioria absoluta perante os milhares de delegados ao congresso, o eurodeputado centrista disse acreditar que “os mandatos são para cumprir e que este mandato terminará o seu tempo”.

    Sobre a tecla da renegociação do Memorando de entendimento em que o PS tem batido nos últimos dias, Melo lembrou que “Portugal hoje beneficia de juros mais baixos” e que o governo alterou “as metas do défice”, conseguindo “mais tempo para pagar do que tinha quando o défice, a dívida e o prazos foram negociados pelo PS”.

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    (ionline.pt)

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