Fotografia © REUTERS/Andrew Biraj
“Após terem sido escavados túneis, encontrámos cerca de 50 pessoas ainda vivas em diversos locais do terceiro andar. Esperamos poder retirá-los até amanhã de manhã”, disse Sheik Minazur Rahman, chefe adjunto dos bombeiros.
“Hoje retirámos cerca de 80 pessoas dos escombros, oito delas há alguns minutos”, referiu à agência noticiosa AFP.
Pelo menos 304 operários têxteis morreram quando este edifício de oito andares construído ilegalmente em Savar, arredores da capital, ruiu totalmente na quarta-feira.
As equipas de socorro iniciaram quase de imediato uma corrida contra o tempo para encontrar sobreviventes enquanto os familiares das vítimas, na sua maioria operárias, aguardavam ansiosamente por informações.
Na sexta-feira, ocorreram violentos confrontos entre a polícia e milhares de manifestantes, que atacaram diversas fábricas na região em protesto contra as condições de segurança.
Em paralelo, a Organização internacional do trabalho (OIT) emitiu hoje um apelo às autoridades do Bangladesh e aos parceiros sociais do país asiático para que ajudem a criar “locais de trabalho seguros”.
“O desabamento do edifício ilustra que a segurança dos trabalhadores em todo o mundo apenas pode ser garantida quando existir uma cultura de segurança em todos os segmentos da sociedade”, considerou Hans Von Rohland, porta-voz da OIT.
“Assim, a OIT apela ao Governo, empresários e sindicatos para continuarem a trabalhar em conjunto no sentido de garantir locais de trabalho seguros aos trabalhadores do Bangladesh”, acrescentou.
O mesmo responsável congratulou-se no entanto pelo acordo nacional tripartido obtido este mês no país entre os parceiros sociais do setor têxtil, com a contribuição da OIT, sobre a questão dos incêndios nos locais de trabalho.
(lusa.pt)