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    Angola precisa de abater focas para garantir recursos da pesca, afirma ministra do Ambiente

    Ministra do Ambiente, Maria de Fátima Jardim Foto: Angop
    Ministra do Ambiente, Maria de Fátima Jardim
    Foto: Angop
    O Governo angolano vai levar a cabo um programa de abate controlado de focas na costa sul, para garantir os recursos da pesca, anunciou a ministra do Ambiente.

    Fátima Jardim, que respondia a uma preocupação levantada por um deputado sobre o anúncio do abate de focas, defendeu a necessidade deste abate, sobretudo na região da Baía dos Tigres, para regular o número destes mamíferos.

    Segundo a ministra, houve já um trabalho do Governo “bastante aturado” sobre o assunto, chegando-se a conclusão que é necessário estabelecer-se um equilíbrio na competitividade entre focas relativamente ao peixe.

    “As focas não estão no caso angolano na lista das espécies em extinção. Segundo a dinâmica populacional qualquer população é regulada ou autorregulada, ou pela natureza ou de forma provocada”, explicou a ministra, para dizer que em Angola é necessário recorrer-se ao abate regulado daquela espécie.

    “Temos que aproveitar esse recurso, porque ele é todo aproveitado, desde a pele até ao osso”, disse a ministra, exemplificando que ela própria tem “lindos sapatos feitos na Namíbia, feitos de pele de foca”.

    A governante angolana reiterou a necessidade de se “regular de imediato” a situação na zona da Baía dos Tigres, sob pena do problema alastrar a outras regiões, com o baixar das temperaturas devido à chegada da estação do cacimbo.

    “O Ministério do Ambiente está a preparar-se. Já negociámos com a CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção). Somos membro das CITES, da convenção da biodiversidade, estudámos, investigámos e agora vamos intervir, regulando o recurso, fazendo com que a dinâmica populacional veja o peixe e a foca dentro do mesmo nível”, frisou.

    Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP), divulgado em dezembro de 2012 em Luanda, nas XVI Jornadas Técnico-Científicas da instituição, referia que a população de focas na área da Baía dos Tigres, província do Namibe, estimada em 27.581 animais, tinha registado um crescimento de 14% nos últimos seis anos.

    No mesmo período, o número de crias aumentou para 52%.

    O documento informava ainda que, o estudo de focas iniciou-se em 2006, no âmbito do Programa Científico da Comissão da Corrente de Benguela, com expedições feitas ao longo de toda a extensão da Corrente Fria de Benguela, para a contagem de focas.

    Em 2011, a expedição realizada na ilha da Baía dos Tigres contabilizou a existência de 26.337 focas, sendo que 17.154 tinham pelo menos um ano, 9.079 eram crias, além de 1.142 que se encontravam na água.

    O estudo concluía que, o elevado número de focas adultas (17.256) existentes na região da Corrente Fria e Benguela, onde cada animal para manter o seu equilíbrio consome diariamente cerca de oito quilogramas de peixe, o consumo anual pode atingir as quase 50 mil toneladas anuais de pescado.

    (lusa.pt)

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