Dakar – O governo, os partidos que o apoiam e a oposição apelaram hoje, numa declaração comum à moderação após as manifestações que culminaram em violências na Guiné – Conakry nessas últimas semanas.
Esse texto, transmitido à imprensa pela presidência guineense, é publicado na véspera de uma marcha da oposição e quando a precedente manifestação de opositores organizada a 18 de Abril havia culminado em violências em Conakry, causando pelo menos 25 feridos.
“Nós, governo e responsáveis dos partidos políticos , exprimimos a nossa profunda preocupação face aos actos de violência cujas ruas e bairros da capital são regularmente o teatro”, escrevem os signatários da declaração.
“Apelamos as forças da ordem, os militantes e simpatizantes dos partidos políticos a darem provas de moderação e evitar toda forma de violência, nomeadamente, na altura das manifestações organizadas pelos partidos políticos. (…) Nós nos comprometemos a resolver os nossos diferendos unicamente por meios pacíficos”, acrescentam.
O texto é assinado pelo ministro da Segurança Maramany Cissé em nome do governo, pelo ex – Primeiro –ministro Sidya Touré em nome da oposição, e por Mamadou Ballo pelos partidos da maioria presidencial.
Numa declaração distinta, o representante do secretário-geral da ONU na África do Oeste, Saïd Djinnit, designado por Ban Ki-moon “facilitador internacional” do diálogo político na Guiné, actualmente em Conakry, juntou-se a esse apelo comum do poder e da oposição.
Exortou os protagonistas da crise política “a absterem-se de toda acção susceptível de colocar em causa este avanço”.
O presidente da Guiné – Conakry Alpha Condé também saudou o apelo comum poder/oposição e prometeu supervisionar para tudo seja implementado com o apoio dos parceiros internacionais para garantir a transparência e fiabilidade do processo eleitoral”.
As eleições legislativas, agora fixadas para 30 de Junho, são esperadas desde 2011 na Guiné – Conakry. Falta de consenso com a oposição sobre a organização de um escrutínio “livre e transparente”, elas têm sido repetidamente adiadas.
A última data fixada foi a 12 de Maio não se realizou devido as violentas manifestações de opositores que no fim de Fevereiro e início de Março, causaram pelo menos nove mortos, dos quais um polícia e cerca de 20 feridos. (portalangop.co.ao)
