Ban Ki-moon fez o apelo durante uma reunião com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, e o primeiro-ministro do Qatar, xeque Hamad bin Jassem Al-Thani, cujo país tem sido acusado por Damasco de armar os rebeldes.
“O secretário-geral [da ONU] apelou à interrupção do fornecimento de armas para as partes do conflito sírio. Mais armas apenas significam mais morte e destruição”, disse o porta-voz da organização, Martin Nesirky.Mas Al-Arabi minimizou a ideia, quando falou aos jornalistas. “Se houver um acordo político ou o início de uma solução política, isso poderia acontecer, mas neste momento não penso que seja possível”, disse.
“O Governo está a obter armas de algumas partes, pelo que se o outro lado obtiver armas de outras partes, penso que se pode conseguir algum tipo de equilíbrio”, disse o dirigente da liga Árabe. O chefe do governo do Qatar não falou à imprensa.
Uma reunião da Liga Árabe, na capital do Qatar, Doha, em março, deu aos seus estados-membros o “direito” de oferecer aos sírios todos os meios de autodefesa, incluindo armas.
Ban, Al-Arabi e Al-Thani também discutiram o impasse nos esforços para acabar com o conflito, que já entrou no seu terceiro ano e causou mais de 70 mil vítimas mortais, pelas estimativas de ONU. Ban, Al-Arabi e o enviado conjunto da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, tiveram uma reunião à parte, por entre especulações de que este poderia pedir a demissão.
“Alguma coisa tem de ser feita, mas não apareceram ideias específicas”, disse Al-Arabi, insistindo que todas as partes continuam a “apoiar a missão conjunta” de Brahimi, porque a ONU e a Liga Árabe têm “o mesmo objetivo” de acabar o conflito e estabelecer um Gverno democrático.
Sobre o futuro de Brahimi, Al-Arabi afirmou: “Estamos muito satisfeitos com ele e acabei de dizer isto agora” [durante a reunião].
(lusa.pt)