
Ir para o governo depois de eleições, numa perspectiva de salvação nacional, poderá ser uma obrigação cívica.
São os próprios apoiantes que o dizem: o governo – com a sua subordinação aos mercadores externos e com a forma insensível como consentiu os impactes económicos e sociais das soluções de austeridade que escolheu, aplicou e agravou – incutiu sofrimentos desnecessários e comprometeu duramente as perspectivas do país.
Protestam desempregados, funcionários, empresários, banqueiros. Será que a teimosia do governo tem fundamento numa obsessão ideológica? Não acho! A prática governativa já não se radica numa obediência programática: transformou-se num exercício por tentativas de uma aritmética sem sentimentos, quase apolítico na usura orçamental, de cortes e arrecadações de verbas num bailado grotesco de passo trocado entre despesas e receitas.
Não há remodelação do governo que o reanime, que lhe devolva a memória do seu compromisso eleitoral, a ideia sobre a sua razão de ser, ou, apenas, que o reunifique. O PSD e o PP são como um casal em que os cônjuges já nada têm a dizer um ao outro. Vivem na mesma casa mas não dormem no mesmo quarto. Ler mais
(ionline.pt)