Angola está entre três possíveis focos de infecção da dengue que são exactamente o Brasil, China e Portugal, embora esteja situada numa região tropical, sujeita à ocorrência de surtos de dengue.
O ministro angolano da Saúde, José Van-Dúnem, disse à imprensa, esta semana, que além das medidas curativas as autoridades envidarão esforços para melhorar as condições de saneamento básico do meio.
Os últimos dados disponibilizados pelas autoridades sanitárias angolanas, na voz da directora nacional de Saúde Pública, Adelaide Carvalho, apontam para o registo de entre trinta e quarenta casos confirmados, de entre cinquenta pessoas suspeitas de terem dengue até esta semana, contra os seis diagnosticados até à última semana, segundo informações prestadas a OPAÍS por fontes hospitalares.Os primeiros casos de dengue foram diagnosticados em cidadãos chineses residem no estaleiro da empresa de construção civil encarregue de erguer o novo edifício do Hospital Geral de Luanda. Dois angolanos, entretanto diagnosticados com dengue são funcionários e vivem num estaleiro da Teixeira Duarte.
Entretanto, notícias publicadas pela imprensa portuguesa assinalam que este país já reportou o surto da doença em 2012, na região da Madeira (200 casos), com desenvolvimento estável, ao passo que o Brasil é praticamente um país endémico.
Portugueses vão de Angola infectados
As últimas notícias de Portugal indicam que 30 portugueses que viviam em Angola e regressados recentemente àquele país foram diagnosticados com dengue nos dias derradeiros, estando a receber tratamento nas unidades hospitalares locais.
No Brasil, onde a situação da doença é endémica, houve o reaparecimento da epidemia em Dezembro do ano passado.
Segundo a estação televisiva lusa TVI, o número de casos, no Brasil, de dengue, uma doença viral propagada através de um mosquito, aumentou 279% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo de 2012, informou o Ministério da Saúde brasileiro.«Os casos com dengue aumentaram 279% entre Janeiro e Março passados, em comparação com o mesmo período em 2012», adiantou o Ministério da Saúde, num comunicado de imprensa, citado pela agência de notícias AFP.
As notificações recebidas nacionalmente passaram de 167,2 mil para 635,1 mil nas 12 primeiras semanas deste ano.«Desde o dia 1 de Janeiro até 23 de Março foram registados 635.161 casos de dengue, dos quais 1.243 são considerados graves, e foram registadas 108 mortes», acrescentou a mesma fonte ministerial.
Esta doença propaga-se, normalmente, através do mosquito Aedes aegypti e provoca febres altas, dores de cabeça, dores nas articulações, podendo tornar-se hemorrágica e mortal.Em 2012, registaram-se 167.279 casos de dengue e ocorreram 102 mortes.Apesar do aumento nas notificações, o registo de casos graves diminuiu de 1.316 para 1.243.
A quantidade de mortes passou, todavia, de 102 para 108 casos. Os estados com maior incidência da doença são Mato Grosso do Sul (2.947,8 casos por 100 mil habitantes), Goiás (1.366,9 por 100 mil) e Espírito Santo (801,5 por 100 mil), lê-se no site brasileiro «Combate a dengue».
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, revelou que a maior parte dos casos notificados são de vírus que circulam há pouco tempo no país.
«A maior parte da circulação é de dengue tipo 4, que é um vírus novo, que vem circulando desde 2011 no país. E uma circulação também de dengue tipo 1. Ou seja, afecta pessoas que não tiveram dengue do tipo 1 ao longo da história da epidemia de dengue no nosso país, que começou em 1985», explicou.
Em 2010, o Brasil registou uma epidemia de dengue que afectou 579.818 pessoas e fez 285 mortes, segundo os números oficiais, e que foram revistos em baixa.No Brasil, 95% dos casos aparecem no primeiro semestre do ano e os piores meses são Abril e Maio. (opias.net)
