O antigo ministro socialista Jorge Coelho explica que as taxas de juro em África são “quatro vezes superiores a Portugal” e que há que adaptar as margens desses países aos custos. O ex-presidente da Mota-Engil, presente nas ‘Exit Talks’ em Aveiro, alerta que é preciso ter capacidade financeira para a internacionalização. Caso contrário “comprem o caixão aqui que é mais barato do que em Angola”, avisa, citado pelo Jornal de Negócios.
Jorge Coelho diz que o processo de internacionalização é um processo duro e que há que adaptar margens de lucro, custos e taxas de juro. “Quem vai hoje para Angola sem ter capacidade financeira para estar um ano sem receber… Se não tiver, comprem o caixão aqui que é muito mais barato que em Angola”, alerta o ex-presidente da Mota-Engil, citado hoje pelo Jornal de Negócios.
Sobre a atracção de investimento estrangeiro, Jorge Coelho diz que é preciso apresentar bem Portugal. “Tem de ser positivo”, acrescenta o antigo ministro. “Quem chega aqui só vê desgraças. Se não há estabilidade fiscal muito dificilmente ficam”, frisa.
O problema é, segundo Jorge Coelho, que “qualquer cidadão deste País nunca sabe se a política é andar 50 para trás ou 50 para a frente”. Mas o socialista mantém um espírito optimista dizendo que “Portugal tem de ter saída”, e acrescenta: “Como cidadão não me resigno ao ambiente, que temos de ser pobres e viver como gente pobre”.
O debate em Aveiro ficou ainda marcado pelo tema da falta de crédito, tendo o presidente do BPI, Fernando Ulrich, também presente, lembrado que “a principal responsabilidade de um gestor de um banco é proteger os depósitos e dar confiança. Só depois vem o crédito”. E justifica com o caso de Chipre: “deram crédito e correu mal”. Na opinião do bancário, isto “pode acontecer tanto em Portugal como na Alemanha”. (noticiasaominuto.com)
