Numa conferência de imprensa realizada hoje na sede do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o vice-presidente do partido, Basílio Mosso Ramos, indicou que o Congresso contará com a presença de 507 delegados e de nove delegações partidárias estrangeiras, entre elas a do Partido Socialista (PS) português.
O também presidente da Assembleia Nacional (AN) cabo-verdiana adiantou que no conclave, que tem por lema “Por Cabo Verde, Uma Nova Ambição”, deverá aprovar-se a moção de estratégia de José Maria Neves, que, a 10 de março deste ano, ganhou as diretas para a liderança do PAICV, em que foi o único candidato.
“Que Partido para o Século XXI” e “Cabo Verde no Horizonte de 2030” são os dois temas a abordar no congresso, sublinhou Basílio Ramos, tendo subjacente o projeto de transformação de Cabo Verde idealizado por José Maria Neves e que prevê tornar o arquipélago um país desenvolvido dentro de 17 anos.
“Pretende-se que Cabo Verde dê um salto significativo no desenvolvimento e temos a ambição de novos patamares”, afirmou o vice-presidente do PAICV, aludindo à agenda de transformação defendida por José Maria Neves e que prevê também triplicar o rendimento per capita dos atuais cerca de 3.000 para 12.000 dólares em 2030.
Segundo Basílio Ramos, nesse ano, e seguindo a estratégia defendida pelo PAICV, Cabo Verde terá uma economia baseada 100% em energias renováveis, nos serviços – “clusters” do Mar, Ar, Tecnologias da Informação e da Comunicação, entre outras -, no Turismo, Pescas e Cultura.
O congresso começará na tarde de sexta-feira com a intervenção de José Maria Neves, numa cerimónia que homenageará Pedro Pires, o primeiro primeiro-ministro de Cabo Verde, o segundo líder do PAICV e o terceiro Presidente do país.
José Maria Neves, reeleito nas diretas de março com 90% dos votos dos cerca de 70% de militantes do PAICV que votaram, segundo os dados oficiais, já anunciou publicamente que deixará a liderança do partido antes do próximo Congresso, que decorrerá em fins de 2014 ou princípios de 2015.
Além do corpo diplomático, entidades religiosas e partidárias, o Congresso tem como convidados mais nove partidos políticos – PS (Portugal), MLSTP (São Tomé e Príncipe), MPLA (Angola), PAIGC (Guiné-Bissau), PDT (Brasil), PS (Senegal), PSOE (Espanha), PC (Cuba) e PCC (China).
Até hoje, nenhum candidato se perfilou na corrida à sucessão de José Maria Neves, que se manterá, porém, como primeiro-ministro até ao fim da legislatura, em 2016, e o Congresso não tem a questão em agenda, garantiu Basílio Ramos.
Até hoje, o PAICV teve apenas três presidentes – Aristides Pereira, Pedro Pires e José Maria Neves, também primeiro-ministro de Cabo Verde desde 2001.
Aristides Pereira, que morreu a 22 de setembro de 2011 em Coimbra (Portugal), foi o primeiro a presidir à ala cabo-verdiana do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), de 1975 a 1981, e ao PAICV, de 1981 a 1991, tendo sido homenageado no último congresso, em janeiro de 2010.
Em 1991, Pedro Pires assumiu então o partido, até 2000, ano em que José Maria Neves assumiu a liderança do PAICV.
(lusa.pt)