Sócrates está na Venezuela a convite do Conselho Nacional Eleitoral
Foto: MIGUEL MANSO
José Sócrates falava hoje aos jornalistas, no âmbito de uma visita à Venezuela, a convite do Conselho Nacional Eleitoral, como observador das eleições presidenciais que terão lugar este domingo.
“Acho que muita coisa mudou, acho que, nos últimos anos, a relação entre Portugal e a Venezuela se estreitou e isso é muito importante para os dois Estados e para os dois povos”, disse.
“Julgo que isso é indiscutível, de dois pontos de vista. Em primeiro lugar, nós temos hoje uma relação económica com a Venezuela mais intensa, a Venezuela é uma terra de oportunidades, também para muitas empresas portuguesas, e vejo com satisfação que esse movimento económico se tem mantido e tem evoluído, por outro lado essa ampliação da relação económica também é uma garantia para a nossa comunidade, que vive e trabalha aqui na Venezuela”, afirmou.
José Sócrates recordou que os portugueses na Venezuela são considerados, “pelos venezuelanos, como uma comunidade que dá um grande contributo para o desenvolvimento” local.
Segundo o ex-líder socialista, a relação bilateral entre Portugal e a Venezuela “é muito especial, desde logo porque temos aqui 500 mil portugueses, uma comunidade muito bem sucedida, bem integrada e muito estimada na Venezuela”.
“Por outro lado, nós temos uma relação com a América Latina que passa também por uma relação com todos os países – o Brasil, desde logo, naturalmente, mas também a Venezuela. Por isso me senti muito honrado em poder responder ao convite que me foi feito para estar aqui, nestes dois dias antes das eleições, na verificação e na observação do seu sistema eleitoral que, como digo, é um sistema que está ao nível dos melhores sistemas do mundo, em termos de garantia da veracidade do resultado nas urnas”, disse.
Para o ex-primeiro ministro português “naturalmente a Venezuela, como todos os países, tem problemas, mas há um que não tem, é o seu sistema eleitoral”.
“É um sistema moderno, que utiliza os meios electrónicos, mas ao mesmo tempo é um sistema muito seguro, porque mantém os sistemas tradicionais, por forma a impedir e a contrariar qualquer possibilidade de fraude. Isso foi muito agradável de poder reconhecer”, disse pouco depois de assistir a uma demonstração técnica do sistema eleitoral venezuelano.
Segundo José Sócrates, “muitas coisas têm sido ditas a propósito da Venezuela, mas vejo com agrado que, nos últimos anos, não há reclamações relativamente ao resultado das eleições e isso já é muito importante para uma democracia”.
“Haverá naturalmente outros problemas mas, no que diz respeito à idoneidade democrática, dos meios utilizados nas eleições para garantir a verdade das urnas, fico muito satisfeito por poder confirmar que são meios muito adequados para que a Venezuela possa dizer que tem eleições livres e eleições justas, e que o seu resultado pode ser confirmado por todos os observadores que tenham familiaridade com os meios que as democracias utilizam nas suas eleições”, concluiu.
(lusa.pt)