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Em declarações hoje à agência Lusa, o ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chicoti, lamentou os confrontos ocorridos na última semana em Moçambique, entre elementos da Renamo e a polícia, que causaram cinco mortos em Muxunguè, e um ataque a um camião cisterna, no sábado, que provocou três mortos.
Georges Chicoti, referindo que a guerra em Moçambique terminou há muitos anos, disse desejar que aquele país africano “mantenha o quadro de desenvolvimento económico que está a decorrer”.
“A guerra em Moçambique acabou há muitos anos e acho que ninguém em Moçambique deseja voltar à guerra. Queremos considerar que o ataque por parte da Renamo, em que morreram cinco pessoas, é lamentável”, referiu o governante angolano.
O aumento de tensões em Moçambique regista-se desde a última semana, quando em retaliação da Renamo à invasão da sede do partido em Muxunguè, pelas Forças de Intervenção Rápida (FIR), quatro elementos dessas forças e um ex-comandante da guerrilha do maior partido da oposição moçambicana foram mortos num ataque a uma esquadra da polícia.
O ataque à sede do partido em Muxunguè pelas FIR ocorreu para dispersar os membros do partido que estavam supostamente a receber treino militar.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que desde outubro se encontra instalado em Gorongosa, antiga base militar daquela força política, a 1.500 quilómetros a sul de Maputo, assumiu que autorizou o ataque ao quartel da polícia de Muxunguè.
“Tinha conhecimento e autorizei”, disse, revelando ter sido procurado pelos militantes do seu partido, na sequência de um ataque da polícia à sede do partido em Muxunguè.
Entretanto, Afonso Dhlakama garantiu na quarta-feira que não vai voltar à guerra, advertindo o Governo que se se sentir atacado, atacará.
“Nunca vai haver mais guerra, mas não estou nada satisfeito com a situação e preciso que sejam resolvidos rapidamente os problemas pendentes”, nomeadamente a composição dos órgãos eleitorais, que a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) contesta.
(lusa.pt)