De acordo com o mesmo jornal sul-africano, Makaziwe e Zenani, filhas dos dois primeiros casamentos de Mandela, acusam o ministro da Habitação, Tokyo Sexwale, e dois advogados, Bally Chuene e George Bizos, de se terem auto-imposto como diretores dos fundos Harmonieux Investment Holdings e Magnifique Investment Holdings, estimados em 1,3 milhões de euros, no total.
Os dois fundos de investimento foram criados para gerir os lucros da venda da imagem das impressões digitais de Nelson Mandela, transformada em ícone nacional e internacional e utilizada em inúmeros objetos comercializados na África do Sul.
Na qualidade de acionistas, as filhas de Mandela realçam nunca ter sido informadas de que os três homens tenham sido nomeados para o conselho de administração ou designados como acionistas.
Os três homens contrapõem que foram nomeados pelo próprio Nelson Mandela.
Um dos advogados, George Bizos, amigo de longa data de Mandela, que defendeu no processo por traição, nos anos 1960, considera as acusações das duas irmãs “sem fundamento”.
“Não somos sequestradores. Não sequestrámos coisas. Estamos confiantes de que fomos nomeados de acordo com o regulamento, conforme o desejo do senhor Mandela, há cinco anos”, destacou.
Aclamado defensor dos direitos humanos, George Bizos convidou ainda a opinião pública a refletir sobre as razões que estão na base destas acusações e acusou as duas filhas de “tentarem apoderar-se de coisas que não deviam ser vendidas”.
Também Tokyo Sexwale achou “estranho” que esta acusação aconteça agora, cinco anos depois, e garante que os três homens foram nomeados administradores por Mandela.
Prémio Nobel da Paz e líder histórico da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela tem 94 anos e saiu recentemente do hospital, depois de ter estado internado durante dez dias por causa de uma pneumonia, naquela que foi a quarta hospitalização nos últimos dois anos.
(lusa.pt)