Os restos mortais do músico e compositor Zecax foram ontem sepultados no cemitério do Alto das Cruzes, em Luanda, na presença de centenas de pessoas que cantaram em uníssono os sucessos do artista.
Num cenário de dor e consternação, o músico foi enterrado ao som de vários instrumentos, como a dikanza, batuques e violas, com os presentes a entoarem canções que marcaram o seu percurso artístico.
Dos vários temas interpretados por familiares, amigos e admiradores durante a cerimónia fúnebre, destacaram-se “Mbiri, mbiri”, “Muxima”, “Mona ngabé”, “Paxi ni ngongo”, “Maximbombo”, “Mana Tita”, “Fim-de-semana”, “Boleia” e “Colono”, a primeira música que gravou. Durante o elogio fúnebre, o vice-presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores, Massano Júnior, lembrou que Zecax “foi um dos mais representativos da música urbana angolana” e que distribuía encanto e competência, levando-o a estar na galeria dos melhores da música popular urbana angolana.
“O músico Zecax foi um dos artistas do mercado artístico angolano que conquistou o coração de todos através das suas canções revolucionárias e ajudou a preservar a música popular urbana angolana”, sublinhou. Massano Júnior referiu que o músico deixou a sua marca nos agrupamentos Semba África, Jovens do Prenda e Os Kiezos.
“A história da nossa música saberá reconhecer o contributo que deu para o desenvolvimento da música angolana, ele representa uma perda inseparável”. No elogia fúnebre familiar, lido por uma das sobrinhas, foi reconhecida a figura de Zecax como uma “pessoa pacata, amiga, conselheira, que nunca se meteu em confusões e foi sempre um exemplo a seguir”.
Manuel Sebastião, director provincial da Cultura de Luanda, disse ser “doloroso perder aquele que foi uma das figuras mais emblemáticas da música angolana”.
Gaspar Neto, promotor de actividades culturais, disse à imprensa que Zecax “foi dos músicos mais disciplinados e pontuais, que nunca atrasava os seus compromissos profissionais”.
Estevão Costa, gestor do Centro Kilamba, disse ao Jornal de Angola que a primeira edição do projecto “Muzongué da Tradição”, de 2013, a realizar-se na primeira semana de Fevereiro, vai ser uma homenagem ao músico, pelo contributo deixado ao desenvolvimento e preservação da música urbana angolana. (jornaldeangola.com)