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    Cientistas defendem financiamentos com padrões adequados aos projectos

    O Ministério da Ciência e Tecnologia está a negociar com o Ministério do Planeamento a alteração dos padrões de acesso ao financiamento dos projectos de investigação científica.
    O director do Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC), Armando Valente, disse ao Jornal de Angola que a plataforma informática do Ministério do Plano e os padrões que determinam o orçamento das instituições de investigação científica não se encadeiam com um projecto de investigação científica.
    Na perspectiva de Armando Valente, os elementos que a plataforma pede para avaliar a viabilidade de um projecto não se coadunam com os que a Ciência impõe.
    Por esse motivo, os investigadores não têm acesso ao dinheiro disponibilizado para o efeito, porque as ferramentas criadas para controlo não correspondem à especificidade da investigação científica e tecnológica.
    “É preciso refazer o formalismo legal para o financiamento da Ciência, porque existe interesse por parte dos investigadores em realizarem trabalhos científicos. Tendo em conta a situação, eles recorrem a instituições privadas e internacionais para financiamento dos projectos.”
    No âmbito de um acordo de cooperação entre o Centro Nacional de Investigação Científica e o da África do Sul, um grupo de investigadores angolanos participou recentemente na Cidade do Cabo num encontro científico. No princípio deste ano, foi publicado um edital em Angola e na África do Sul, a convocar investigadores dos dois países para participarem na apresentação de projectos de interesse comum.
    Com o apoio da Alemanha, está ainda a ser desenvolvido, em simultâneo, na África do Sul, Zâmbia, Namíbia, Botswana e Angola o projecto Saskal, que visa o estudo da prevenção das mudanças climáticas e a utilização dos solos para fins agrícolas.Muitos angolanos fazem doutoramento no ramo da ciência graças a esta cooperação internacional.

    O director do Centro Nacional de Investigação Científica defendeu o aumento do orçamento dedicado à Ciência e ao ensino superior, para que se despoletem todos os mecanismos de investigação científica, tecnológica e inovação, e da produção do conhecimento nas universidades, para que estas instituições de ensino possam beneficiar desse mesmo conhecimento.
    Quando estiverem criadas as condições para a inclusão da Política Nacional de Ciência e Tecnologia, o Centro Nacional de Investigação Científica vai dar prioridade à execução de projectos que visem o combate à pobreza, o desenvolvimento agrário e as energias renováveis, a melhoria da saúde, ensino e a protecção da natureza face às mudanças climáticas.Armando Valente disse que o centro vai ainda treinar o seu capital humano, porque não se formam cientistas em dez anos de paz.
    “Temos algumas pessoas formadas, mas a maioria foi absorvida pela universidade. Por isso, é importante criar uma massa de cientistas profissionais apenas dedicados à investigação”, sublinhou.
    Do seu ponto de vista, a Ciência joga um papel importante na promoção da paz, no respeito pelos Direitos Humanos, na inclusão social e, sobretudo, no desenvolvimento da espécie humana e da humanidade. “A humanidade chegou onde chegou graças às grandes descobertas da ciência”, referiu o director do Centro de Investigação Científica. (jornaldeangola.com)

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