Os chefes de Estado e de Governo dos países da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) reúnem-se sábado, em Dar-Es-Salam, Tanzânia, em Cimeira Extraordinária dedicada a traçar estratégias para a resolução de conflitos na região.
A reunião, na qual Angola estará representada pelo vice-presidente da República, Manuel Vicente, aguardado hoje, vai discutir, em particular, a estratégia para saída da crise militar na República Democrática do Congo, e a política, no Madagascar.
A agenda inscreve igualmente o balanço da implementação das decisões da última conferência, realizada em Maputo, Moçambique, relativas a situação política no Zimbabwe.
Este encontro magno será antecedido, hoje (sexta-feira), de uma sessão de ministros das Relações Exteriores, que vai preparar os documentos.
Para participar na reunião preparatória está, desde quinta-feira em Dar-es-Salaam, o chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti.
O conflito da RDC, saliente-se, opõe um grupo de militares, denominado M23, às tropas governamentais. A rebelião essencialmente integra ex-combatentes tutsis que tinham sido integrados no exército regular da RDC, as FARDC, após um acordo de paz assinado em 2009.
Os amotinados combatem na região de Kivu Norte, reivindicando que os acordos, que têm a ver sobretudo com a sua integração política e na estrutura militar na RDCongo, nunca foram plenamente respeitados.
A 20 de Novembro, os rebeldes do M23 ocuparam Goma, tendo aceite retirar-se nos termos de uma mediação dos países da região dos Grandes Lagos, sob os auspícios do Uganda.
A ONU e o Governo congolês acusam o Rwanda e o Uganda de apoiarem o M23. Esta semana, um grupo de peritos do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou essas acusações, afirmando que ambos paises ajudaram a tomada da província do Kivu Norte, em particular a sua capital, Goma.
Um grupo de cerca de 10 negociadores de cada uma das duas partes em conflito, bem como representantes de cada um dos 11 países membros da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) participam nesta reunião,
No caso de Madagáscar, o país encontra-se mergulhado desde o início de 2009 numa grave crise política, provocada pelo conflito entre o então Presidente, Marc Ravalomanana, e Andry Rajoelina, na altura presidente da Câmara de Antananarivo e líder da oposição.
Nesta reunião de Dar-es-Salaam os lideres da SADC vão avaliar o cumprimento do roteiro indicativo que deverá conduzir o país a aprovar uma nova Constituição e a realização de eleições presidenciais.
De igual modo, o encontro de cúpula vai avaliar a marcação das eleições no Zimbabwé, ponto de discórdia entre o primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, e o Presidente Robert Mugabe. (portalangop.co.ao)
