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    Restrições no fornecimento de energia

    O baixo nível da água na albufeira da barragem hidroeléctrica de Capanda continua na origem das restrições no fornecimento de energia eléctrica a cidades abastecidas pela gigantesca unidade de produção de electricidade, construída após a independência de Angola.

    A cidade de Malange, em cuja província se encontra instalada a barragem, é uma das regiões afectadas com a baixa produção de energia em Capanda.

    Em declarações ao Jornal de Angola, o director provincial da Empresa Nacional de Electricidade (ENE), Manuel Bernardo, disse que as dificuldades no abastecimento de energia eléctrica ocorrem em Malange, Luanda, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Uíge e Bengo.
    O gestor informou que as causas para as falhas constantes estão ligadas à ausência de chuvas nos últimos meses em regiões como Malange, Bié e Huambo.

    Manuel Bernardo informou que, por causa do nível baixo da água na albufeira da barragem de Capanda, três dos quatro grupos geradores estão paralisados, o que está a criar dificuldades no fornecimento de energia eléctrica.
    De acordo com Manuel Bernardo, o nível da água baixou de 950 metros cúbicos para 918 há duas semanas. “Este nível permite apenas o funcionamento de um grupo gerador com 84 megawatts, o que representa 17 por cento da sua capacidade instalada”, disse Manuel Bernardo.

    Em situação normal, disse, o volume de água acumulada é de 4.612 milhões de metros cúbicos, o que garante o normal funcionamento dos quatro grupos geradores.

    A vida da população

    Enquanto a situação não normaliza, a vida da população na cidade de Malange conhece momentos difíceis. Os geradores são as alternativas encontradas para comaltar a falta de energia na província.
    Emília Domingos, proprietária de uma câmara frigorífica, disse a este jornal que a situação está a causar muitos prejuízos ao seu negócio. “Tive de vender o peixe a baixo preço porque corria o risco de se estragar”, lamentou Emília Domingos.

    Para José Ribeiro, serralheiro de profissão, a situação é crítica por não conseguir trabalhar. “Tenho muitas obras para entregar e, no fim do mês, tenho que pagar aos seis trabalhadores que tenho”, disse o operário, que está a fazer contas à vida para poder comprar um gerador semi-industrial.
    As chuvas que caíram nos últimos dias nas províncias de Malange e Bié permitiram o aumento do volume de água para 920.82 metros cúbicos contra os 918 de há duas semanas na albufeira de Capanda.

    A informação foi avançada pelo responsável pela subestação eléctrica, Adão Francisco, que admitiu o regresso ao trabalho dos quatro grupos geradores dentro de três meses.

    Novo produto

    A Empresa Nacional de Electricidade (ENE) está a introduzir, desde o mês passado, na zona urbana da cidade de Malange, o sistema de pagamento pré-pago do consumo de energia. Manuel Bernardo informou que já foram instalados mais de mil contadores dos dez mil programados pela Empresa Nacional de Electricidade. O projecto vai abranger todos os consumidores do casco urbano de Malange, incluindo os clientes com dívidas.

    A entrada do novo serviço vai permitir um melhor controlo no fornecimento de energia eléctrica, além de incutir no consumidor a cultura da racionalização da energia e permitir que famílias com poucos recursos financeiros possam consumir energia dentro das suas possibilidades.

    Os cartões de recarga dos contadores pré-pagos são comercializados entre 500 e 5000 kwanzas na direcção provincial da ENE e nas agências de pagamento.
    Manuel Bernardo anunciou ainda a expansão da rede eléctrica nas sedes municipais dos 14 municípios da província de Malange. O alargamento da rede só vai ser possível quando for aumentado o transformador de potência da barragem de Capanda de 20 para 80 megawatts.

    Receitas arrecadadas

    O director da ENE em Malange informou que, entre Janeiro e Setembro, a empresa arrecadou 73,5 milhões de kwanzas resultantes das cobranças do consumo pós-pago de energia e da venda de cartões pré-pagos. Manuel Bernardo destacou o facto de a ENE em Malange ter empregado muitos jovens nas novas agências de pagamento de energia eléctrica.

    “Muitos jovens tiveram a oportunidade de ter o seu primeiro emprego”, disse o director da ENE.
    O gestor anunciou para breve a abertura, no bairro do Ritondo, de mais uma agência de pagamento, para encurtar a distância dos munícipes e levar os serviços junto da população. A província de Malange tem a funcionar cinco agências de pagamento e 23 mil clientes.

    Fonte: JA


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