As duas principais forças políticas da Guiné-Bissau reuniram-se ontem sob a mediação do Presidente de transição do país para analisar formas de acabar com o impasse que se regista no parlamento guineense.
Desde o golpe de Estado de 12 de abril, o Parlamento guineense, que não foi dissolvido, não consegue funcionar normalmente por falta de quórum já que os dois principais partidos, Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e Partido da Renovação Social (PRS) não se entendem sobre os temas a serem agendados para os debates.
O PAIGC, que esteve no poder até ao golpe de Estado, defende que só aceita participar normalmente nos trabalhos parlamentares se forem eleitos, novamente, o primeiro e o segundo vice-presidente do órgão legislativo.
Até aqui o PRS, líder da oposição parlamentar, tem recusado a ideia.
Na reunião, convocada e mediada pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, as duas partes concordaram sobre o processo de eleição dos novos responsáveis no Parlamento.
“A reunião foi muito positiva trata-se do relançamento das atividades da Assembleia Nacional Popular, portanto ficamos muito satisfeitos e a reunião deve continuar nos próximos dias”, disse Luís Oliveira Sanca, da direção do PAIGC.
“É nossa ambição (acabar com o impasse no parlamento) mas é prematuro adiantar mais dados neste momento”, acrescentou Luís Oliveira Sanca, antigo ministro da Administração Territorial.
Questionado sobre se com a reunião de hoje o PAIGC iria integrar o governo de transição, Oliveira Sanca foi lacónico. “Veremos isso a frente, mas é prematuro dizer muito mais”, afirmou.
O secretário-geral do PRS, Augusto Poquena, desmentiu que a reunião tenha servido também para abordar a situação do governo.
“Não falamos sobre a inclusão do PAIGC no governo. Só falamos da situação do Parlamento”, afirmou Poquena.
FONTE: Lusa