“O Banco Central Europeu (BCE) está disposto a fazer tudo o que for necessário para preservar o euro. E acreditem que será suficiente”.
O presidente do BCE, Mario Draghi, pronunciou ontem, em Londres, as palavras que os mercados esperavam ouvir, ao deixar entender que o organismo vai reativar a compra de dívida pública no mercado secundário, suspensa desde fevereiro.
As declarações fizeram com que a bolsa de Madrid registasse uma subida de 6%, a maior dos últimos dois anos, levando a uma queda de 50 pontos no “spread” da dívida espanhola, que nas últimas semanas tinha ultrapassado a barreira dos 600 pontos.
À semelhança das bolsas europeias, Wall Street não escapou à bonança, com o dia a terminar com uma subida de 1,5%.
As declarações de Draghi parecem responder aos pedidos de Espanha e Itália para uma maior intervenção do BCE na gestão da crise da zona euro.
Em Madrid, o ministro da Economia, Luis de Guindos acolhia as declarações de Draghi, “sem surpresa”:
“O governo espanhol e o ministro da economia que se reuniram por várias vezes com o sr Draghi e o eurogrupo, sabe perfeitamente que o futuro do euro depende da intervenção do BCE. É por isso que não fiquei surpreendido com as afirmações do senhor Draghi”.
A intervenção do BCE é vista como essencial para evitar um resgate “integral” de Espanha e Itália, permitindo, nomeadamente baixar os juros da dívida que, até agora, anulavam na prática os efeitos das medidas de austeridade em vigor.
Segundo a Comissão Europeia, uma primeira proposta de criação de uma União Bancária deverá ser apresentada em Setembro, que deverá incluir novos instrumentos para um BCE “mais ofensivo” na gestão da crise da zona euro.
Fonte: EURONEWS