O banco de urgência do Hospital Josina Machel, em Luanda, reabre hoje, depois de quase dois meses de encerramento, para obras de reabilitação.
O banco de urgência tem capacidade de atendimento de 250 pacientes por dia, o espaço, agora ampliado, oferece melhores condições de trabalho e garante mais conforto aos pacientes.
Reservado ao atendimento rápido dos doentes graves, o banco de urgência é composto por quatro salas de observação, três blocos operatórios, 40 camas (20 para cirurgia e igual número para medicina) e laboratórios modernos.
O director-geral do Hospital Josina Machel, Alberto Paca, disse ontem, ao Jornal de Angola, que a reabertura do banco de urgência vai dar outra dinâmica ao trabalho dos profissionais de saúde.
“A reabilitação já está concluída. Melhoramos as infra-estruturas, desde o pavimento à climatização e apetrechamento. Vamos alterar o fluxo de pacientes com a criação de maior e melhor espaço para atender os casos urgentes”, disse.
Alberto Paca referiu que o objectivo do Ministério da Saúde é prestar um atendimento humanizado e especializado a todos os utentes: “a capacidade de atendimento vai ser de 250 doentes por dia no banco de urgência. Com a reabertura do serviço, os funcionários vão ter melhores condições de trabalho e os pacientes mais conforto. Formamos recursos humanos para se adaptarem à nova forma de trabalho”, informou o director do Hospital Josina Machel.
Um dos médicos que dá formação aos profissionais do hospital Josina Machel é Fernando Sefrim. Disse que a intenção é diminuir o fluxo de doentes e fazer com os casos mais graves fiquem pouco tempo no banco de urgência, até no máximo 24 horas.
O médico considera que o novo banco de urgência dispõe de serviços de referência iguais aos dos grandes hospitais do mundo.
“Este banco de urgência não deve nada a nenhum outro, porque obedece a todos os critérios exigidos”. Fernando Sefrim afirmou que a preparação dos técnicos do banco de urgência inclui médicos, enfermeiros, catalogadoras, maqueiros e vigilantes. “Temos salas de atendimento ao doente em estado grave. Por ser uma área em que os familiares dos pacientes não vão ter acesso directo, vamos adoptar um horário específico para os médicos darem informações sobre o estado do doente”, disse.
Menos mortes
Alberto Paca considera que a paz permitiu melhorar a imagem do hospital. Hoje, o Josina Machel conta com 36 especialidades de diagnóstico e foram também criados outros serviços, como assistência social, psicologia médica e gabinete do utente.
Nos novos serviços, existe uma área de hemodiálise que recebe por dia 300 pacientes, serviço de cardiologia e cirurgia cardíaca.
Os ganhos tecnológicos permitiram reduzir a transferência de doentes para o estrangeiro, melhorar a qualidade do diagnóstico por imagem e laboratório, realização de uma gama de cirurgias, de estudos em cardiologia e terapêutica médica e cirúrgica.
De acordo com o director, houve também aumento da capacidade de atendimento, melhoria da alimentação dos doentes, do sistema de registo e análise de indicadores.
Anteriormente, o hospital internava oito mil doentes por ano. Actualmente este número cresceu para dez mil. Os casos de óbitos baixaram de 1200 para 800 anualmente. O director-geral referiu que no banco de urgência o registo anual era 56.000 pacientes assistidos. Hoje, esta cifra já ultrapassa os 100 mil por ano.
Alberto Paca referiu que a qualidade dos serviços prestados tem permitido o aumento de doentes a procura de cuidados no Josina Machel.