A Comissão Administrativa da Cidade de Luanda criou na quarta-feira, no Golfe, distrito urbano do Kilamba Kiaxi, uma comissão que vai combater as ligações anárquicas de abastecimento de água canalizada.
Criada num encontro dirigido pelo presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, José Tavares Ferreira, a comissão vai fazer, nos próximas dias, um levantamento das casas dos moradores que vandalizaram a conduta da EPAL na zona, para a comercialização ilegal de água.
No encontro, os representantes das comissões de moradores manifestaram-se preocupados com a falta de água canalizada, energia eléctrica, recolha de lixo e saneamento básico.
José Tavares Ferreira transmitiu aos presentes a esperança de dias melhores, assegurando que quatro novos postos de transformação de energia vão entrar em funcionamento a partir do próximo mês.
Para a iluminação pública, está planificada a instalação de torres em pontos críticos do bairro, que vão ser alimentados por vários painéis solares, para ajudar a diminuir a delinquência e outras práticas anti-sociais.
Sobre o abastecimento de água, o responsável pelo município garantiu que a Empresa Provincial de Águas de Luanda (EPAL) vai fazer o levantamento do estado actual das condutas para uma posterior intervenção. No âmbito dos programas para o desenvolvimento do bairro, os moradores foram informados sobre os projectos de impacto social, entre os quais se destacam a construção do mercado local, cozinhas comunitárias e quiosques e a abertura dos Balcões Únicos do Empreendedor. Há dias, uma fonte ligada à EPAL, referida pela Angop, disse que a empresa perde diariamente, devido a ligações anárquicas na capital angolana, nove milhões de kwanzas, tendo como referência uma taxa média de nove kwanzas por litro.
Os distritos da Maianga, Kilamba Kiaxi e Samba são os que mais casos de garimpo, ou ligações clandestinas de água potável, registam, com os garimpeiros a perfurarem condutas para extrair água e venderem o produto a proprietários ou motoristas de camiões cisternas.
Os garimpeiros também perfuram redes que conduzem a água a fontanários comunitários, cortando o abastecimento a esses pontos. A rede de água em Luanda tem uma extensão de 2.645 quilómetros.