A comissária de Angola na Expo Yeosu, Albina Assis Africano, elogiou ontem, na Coreia do Sul, o esforço de todos os membros da organização e delegados angolanos, pelo entrosamento e interacção que ajudaram a criar entre a cultura nacional e a dos outros povos aqui presentes.
De acordo com a responsável, a presença de dirigentes angolanos na Expo ajudou a afirmar o interesse do Executivo angolano em participar no lema desta iniciativa, enquanto a delegação artística levou, através da dança e da música, a riqueza da cultura nacional, de diversas regiões do país, à apreciação dos presentes.
“Apesar de ser suspeita, a minha avaliação é positiva. Tivemos o dia mais bonito da Expo. Acredito que isso se deveu, também, ao facto de sermos um povo bom, que apenas busca o desenvolvimento. Quero agradecer a todos os que vieram de tão longe, oficialmente ou designados, como o ministro da Geologia e Minas e Indústria, Joaquim David, e outras entidades que fizeram parte desta delegação, como o deputado Jaka Jamba, e nos ajudaram a abrilhantar e enriquecer, com a sua presença e calor, o nosso dia nacional”, disse.
Para a comissária, foi a presença, o interesse e a determinação de todos que deu, realmente, força e tornou o Dia de Angola um acto muito interessante. “As entidades coreanas disseram que o número de ministros angolanos presentes mostrou que Angola dá valor à sua representação na Expo”, adiantou.
Destacou ainda que a delegação artística, a maior que veio à Expo, deu força, luz e calor africano, pela diversidade rítmica das suas composições e o enfoque que mostraram à comunidade coreana e aos outros visitantes presentes, durante os seus espectáculos.
“Normalmente, por tradição, aumentamos o número de elementos que compõem a caravana nestas ocasiões e esta realmente foi a maior de todas que já vieram à Expo. Mas foi um elenco necessário para os espectáculos e conseguimos atingir o nosso objectivo, porque muitas pessoas fotografaram e mostraram interesse durante as actuações, o que prova que conseguimos transmitir aspectos positivos da nossa cultura”, esclareceu.
No âmbito do programa de planificação das actividades de Angola na Expo, consta agora a realização de mais actividades culturais. Para já, temos o Dia da Mulher Africana, que se assinala na próxima terça-feira, e para o qual estão previstos espectáculos com outros artistas, que vão procurar transmitir aos presentes o que a mulher angolana tem feito, não só a nível das artes mas também do ponto de vista social.
“Também pretendemos trazer uma convidada surpresa que para já preferimos manter no anonimato, mas cuja presença vai ser um passo chave para mostrar o compromisso do país com este projecto de manter o desenvolvimento sustentável, proteger os oceanos e a vida marinha em perigo. Vamos também fazer uma actividade mais voltada para a mulher”, frisou.
Depois deste grupo, que se desloca à Expo para assinalar o Dia da Mulher Africana, o pavilhão está a preparar as condições para encerrar em grande a sua participação na Expo, com espectáculos que vão mostrar não só a música nacional, mas também a riqueza do folclore angolano, em particular o ligado às zonas próximas ao mar, como o da ilha de Luanda, através do grupo carnavalesco União Mundo da Ilha.
“Queremos com isso mostrar aos coreanos o xinguilamento, um ritual muito importante para os ilhéus de Luanda e que se enquadra perfeitamente no lema desta Expo. Decidimo-nos por este ritual, porque é um dos temas do livro do pavilhão, ‘Angola Costa a Costa’. É preciso que as pessoas saibam, em Yeosu e no mundo que somos uma modernidade sem esquecer a tradição. É isso que queremos mostrar”, salientou.
Quanto ao livro, destacou, foi elaborado por Eduardo e Daniela Grilo e procura mostrar, através de imagens e no relato de alguns aspectos culturais, a tradição angolana e a sua vasta diversidade, desde a costa do Namíbe até à de Cabinda. “É uma viagem pelos vários recantos, com enfoque para os aspectos importantes destas áreas, em especial as ligadas ao mar, florestas e actividades marinhas”, disse, acrescentando que, pela procura, a organização já está a pensar numa reedição.
Dia da Mulher e fecho
O chefe da delegação artística que veio a Yeosu para o dia nacional e chegou ontem ao país, Manuel Goncalves, considerou a participação extremamente positiva, devido à interacção que houve entre o público e os artistas.
“Deixamos na Coreia do Sul a marca da cultura angolana, graças à actuação dos artistas que fizeram parte da caravana. A ‘diplomacia cultural’ cumpriu o seu papel. Acredito que, nos próximos dias, se passar por um coreano, mesmo depois da Expo, com certeza ele vai recordar, não só o pavilhão, mas também os artistas angolanos”, disse Manuel Gonçalves.
Em relação à delegação que vem a Yeosu para participar no Dia da Mulher Africana, disse que constam nomes como Bela Chicola, Ângela Ferrão, Kamba dya Mwenho, percussionistas da galeria Celamar, a estilista Loyd Vasconcelos, e a kudurista Própria Lixa.
Por fim, a delegação que há-de participar no fecho da Expo já começou a ser planificada e dela vão fazer parte a Companhia de Dança Contemporânea, Voto Gonçalves, o grupo União Mundo da Ilha e o kudurista Francis Boy. “Queremos explorar o máximo possível todos os aspectos da nossa cultura, por isso criámos um elenco diversificado, mas que pudesse levar à Yeosu a tradição angolana”, concluiu.