A tensão entre a comunidade internacional e a Síria passou ao estádio superior, depois de Damasco ter ameaçado recorrer a armas químicas, não contra os rebeldes, mas em caso de “agressão externa”.
Depois de o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, ter qualificado de “repreensível” o uso de tal arsenal, é a vez de Barack Obama puxar dos galões: “Atualmente, estamos a trabalhar sobre a transição, para que o povo sírio possa ter um futuro melhor, livre do regime de Assad. Tendo em conta os stocks de armas químicas do regime, avisamos claramente Assad e os que o rodeiam que o mundo está de olhos postos neles. A comunidade internacional e os Estados Unidos responsabilizá-los-ão se cometerem o erro trágico de usarem essas armas!”
O estado hebraico, por seu lado, receia que as eventuais armas possam cair nas mãos do Hezbollah ou da Al-Qaida. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, garante que Israel monitoriza de perto o que se passa na Síria e está preparado para qualquer desenvolvimento. Uma afirmação que corrobora a do seu ministro da Defesa. Ehud Barak afirmou que Israel tudo fará para impedir que o Hezbollah tome posse de armas sírias.
Damasco, que não é signatária da Convenção de 1992, que proíbe o uso, a produção e o armazenamento de armas químicas, admitiu, segunda-feira, possuir um arsenal químico e biológico.
E embora alguns analistas considerem tratar-se de uma estratégia do regime, para semear o medo do pós-Assad, Estados Unidos ou Israel levam a ameaça a sério.
Apesar de não haver certezas, alguns especialistas estimam que a Síria tenha armas químicas em áreas de conflito, como Homs ou a região de Hama. Em que quantidade, ninguém sabe.
Fonte: EURONEWS