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    Irmandade Muçulmana exige intervenção internacional na Síria

    O Conselho de Segurança da ONU prolongou até 21 de agosto o mandato da missão de observadores internacionais na Síria. Esta decisão foi a única coisa em que as principais potências mundiais conseguiram acordar sobre o grave problema da crise síria.

    A oposição armada síria, entretanto, continua a atacar tropas do governo nas áreas fronteiriças.

    Com o que conta hoje a oposição? A esta pergunta, em entrevista à Voz da Rússia, respondeu uma pessoa que goza de alto prestígio entre a oposição, Ali Sadreddin al-Bayanuni – um dos fundadores e líder há muitos anos da Irmandade Muçulmana síria. Deve notar-se que esta é a sua primeira entrevista à mídia russa.

    – Moscovo expressa cada vez mais preocupação com a situação das minorias religiosas na Síria, particularmente dos cristãos. O que você pode dizer sobre isso como um dos líderes e fundadores da organização síria da Irmandade Muçulmana?

    Nós não queríamos que os líderes russos se preocupassem. As minorias religiosas na Síria não serão afetadas. A Irmandade Muçulmana quer construir uma sociedade civil na Síria. O nosso objetivo e a criação de um Estado onde serão cumpridos os direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua nacionalidade ou religião.

    – O que pensa a Irmandade Muçulmana síria sobre o Conselho de Segurança da ONU ter prolongado por um mês o mandato da missão de observadores internacionais na Síria?

    Francamente, a oposição síria já não conta nem com os observadores da ONU, nem com o plano de Kofi Annan. Todos esses planos só dão mais tempo ao regime. A solução do problema está sendo adiada. Enquanto isso, pessoas continuam a morrer.

    – E com que conta a oposição síria?

    A oposição síria conta com as suas próprias forças. O nosso povo provou que vai continuar a revolução na Síria até atingir seus objetivos.

    – Talvez vocês estejam a contar com uma intervenção militar estrangeira, como na Líbia?

    Nós responsabilizamos a comunidade internacional pelas mortes que continuam na Síria. Exigimos pôr um fim a isso, proteger o povo sírio e não nos importa que isso seja feito através do Conselho de Segurança da ONU ou sem a sua participação.

    De qualquer forma, já existe uma intervenção estrangeira no conflito na Síria – veja como o Irão e Rússia estão a apoiar o regime sírio, não é isto uma intervenção? O veto que a Rússia impôs sobre a resolução do Conselho de Segurança, que propunha introduzir sanções contra o regime, permitirá ao regime continuar a apostar no uso de força contra o povo. É como jogar uma corda de forca no pescoço de um homem que se está a afogar.

    – Você não respondeu à pergunta: vocês querem a repetição do cenário líbio na Síria? A oposição não consegue lidar com o regime por si própria e, se bem entendo, vocês já não contam com a mediação pacífica da ONU. Que solução você propõe?

    Nós não queremos o cenário líbio na Síria. O Exército Sírio Livre conseguirá lidar com este regime sozinho. Com o início do Ramadão, a oposição já teve sucessos notáveis. Não é impressionante que os confrontos já estejam a ocorrer na capital? E não é crucial o fato de que, graças aos atentados de 18 de julho, a oposição conseguiu decapitar o comité anti-crise do governo, aniquilando seus líderes?

    Infelizmente, o exército na Síria desde o início não apoiou o povo, como aconteceu no Egito. Mas os casos de deserção deste exército são cada vez mais frequentes. Conseguiremos sozinhos, eu lhe garanto. O tempo do regime sírio está a chegar ao fim, ele está a viver os seus últimos dias.

    Fonte: VR

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