Em 20 de julho expira o mandato da missão de supervisão da ONU na Síria (UNSMIS na sigla inglesa). Após a intriga no Conselho de Segurança da ONU em torno de sua extensão, 300 militares desarmados, aparentemente, permanecerão no país.
Já na sexta-feira o Conselho de Segurança poderá votar a favor de uma resolução sobre a extensão técnica da missão por mais 30 dias. O representante permanente da Federação Russa na ONU, Vitali Churkin, expressou, na véspera, sua confiança de que a missão de observação será prorrogada. O diplomata também apoiou a intenção do Paquistão de apresentar ao Conselho de Segurança da ONU seu próprio projeto de resolução sobre a prorrogação técnica da missão.
A Rússia, por seu lado, intende reforçar a missão da ONU. O presidente russo, Vladimir Putin, assinou na quinta-feira um decreto expressando a prontidão de enviar para a missão até 30 militares russos como agentes de comunicação, observadores militares e oficiais de quartel.
A intriga no Conselho de Segurança das Nações Unidas em torno da missão de observação surgiu após que a Rússia e a China vetaram o projeto do Reino Unido de resolução sobre a Síria. Ela juntou no mesmo documento a proposta de prolongar a missão da ONU, a iniciativa de introduzir sanções mais duras contra o regime em Damasco, e a possibilidade de usar a força militar se Damasco não cumprir as exigências da retirada das tropas e armas pesadas das cidades. O veto da Rússia e da China a esta resolução unilateral inicialmente deixou “pendurada” a questão de prorrogação técnica do mandato da missão. No entanto, imediatamente após a votação, os embaixadores da Rússia e da China na ONU, Vitali Churkin e Li Baodong, disseram que iriam votar a favor da prorrogação. Washington também disse que apoiaria uma extensão do mandato da missão só se for aprovada uma resolução estrita contra a Síria. Ou seja, uma resolução que vise derrubar o regime de Bashar al-Assad. Nestas circunstâncias, a missão da ONU se tornava de fato uma moeda de barganha nos planos dos EUA na Síria.
Posteriormente, houve uma certa transformação na posição dos EUA. Seguiu-se uma declaração de prontidão a considerar uma extensão da missão de observadores.
Também atraiu atenção a reação dos EUA aos ataques em Damasco, em que foram mortos três generais, incluindo os ministros da defesa e dos assuntos internos da Síria. Ela não só não continha qualquer condenação dos iniciadores destes incidentes. Pelo contrário, Obama, de facto, culpou o próprio Bashar al-Assad pelo que aconteceu, dizendo que o assassinato de seus ministros foi o resultado de sua política.
Ao mesmo tempo, imediatamente após a explosão do ónibus com turistas israelitas na Bulgária, Obama condenou o ataque, já que ele afetava diretamente a imagem internacional de Israel. Logo, seguiu sua declaração sobre a firme determinação de apoiar seu aliado do Médio Oriente . Funcionou o estereótipo americano dos “padrões duplos” – apoiar “amigos” na luta contra o terror e fechar os olhos para o terror quando é dirigido contra “inimigos”.
Fonte: VR