Uma delegação da vizinha República Democrática do Congo (RDCongo) inicia no sábado uma visita a Angola, até dia 01 de agosto, para reforçar a luta pela desminagem, segundo um comunicado enviado à Lusa.
A nota, da Comissão Nacional Inter-Setorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), refere que a visita de trabalho da delegação da Autoridade Nacional de Ação Contra as Minas da República Democrática do Congo se inicia no sábado e o programa inclui encontros com o ministro angolano da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, que tutela a Comissão Executiva de Desminagem de Angola, e com o diretor-geral do Instituto Nacional de Desminagem, Leonardo Sapalo.
O programa prevê reuniões de trabalho da delegação congolesa com o presidente da CNIDAH, general Santana André Pitra “Petroff” e com vários responsáveis deste órgão.
Entre as visitas incluídas no programa, o destaque vai para a Escola Nacional de Desminagem, sedeada em Viana, 20 quilómetros a norte de Luanda. O objetivo é analisar as condições para uma possível assinatura de um acordo de formação de técnicos da RDCongo.
Durante a estada da delegação congolesa em Angola, estão previstas deslocações às províncias do Kuanza Norte, Malange, Huambo e Bié, zonas de ação do Instituto Nacional de Desminagem (INAD), das organizações não-governamentais estrangeiras parceiras Ajuda Popular da Noruega (APN), e a britânica The Halo Trust, e das nacionais APACOMINAS e PAFRA.
“As autoridades angolanas vão igualmente transmitir aos visitantes os seus conhecimentos em matérias de elaboração de planos estratégicos de ação contra minas, com realce para as políticas de levantamento de áreas suspeitas de alto, médio e baixo riscos, controlo de qualidade, acreditação de operadores de desminagem, bem como a sensibilização contra os riscos de minas e assistência às vítimas”, conclui a nota.
Angola ocupou lugares cimeiros na lista de países mais minados do mundo, consequência da acumulação de minas resultantes de um conflito armado, que durou cerca de quatro décadas.
Em 2011, segundo um relatório da Comissão Executiva de Desminagem referia que a deflagração de minas matou 34 pessoas e feriu 43 outras.
Nesse mesmo ano, foram detetadas, neutralizadas, removidas e destruídas cerca de 440.000 minas antipessoal e 24.000 minas antitanque.
As operações de desminagem realizadas no quadro do desenvolvimento do Programa do Executivo para 2010/2011, permitiu a limpeza de 4.300 quilómetros quadrados de áreas agrícolas, reservas fundiárias, estradas e caminhos-de-ferro, o correspondente a 500.000 campos de futebol, avançava ainda o relatório.
FONTE: Lusa
