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    Cientistas estudam corvos inteligentes da Sacalina

    Zoólogos especializados em Psicologia animal da Universidade Estatal Lomonossov estão a estudar as capacidades intelectuais dos corvos (Corvus macrorhynchos) das ilhas Curilhas do Sul.

    É a primeira vez que se realiza um projeto específico a estudar a conduta social desta população de aves. Os métodos peculiares de alimentação – desde a abertura de latas de conservas com o bico até ao furto de ovos dos galinheiros – constituem um alvo ideal de pesquisas científicas mais recentes.

    Os corvos de bico grosso habitam a ilha de Sacalina, as ilhas Curilhas e o Japão, sendo semelhantes pela cor de plumagem à gralha-preta (Corvus corone) e se distinguindo desta pelo bico massivo, um tamanho maior e a cauda cuneiforme. Os cientistas da Faculdade Biológica acompanham o seu comportamento em seu habitat natural, ou seja, na pequena vila de Krabozavodsk situada na ilha Shikotan. Por aí habitam 150 corvos, sendo esse um número excessivo para uma povoação desta dimensão. As aves inventaram vários métodos de tirar proveito máximo da vivência com seres humanos, revelou à emissora VR o vice-diretor do parque florestal Kurilsky, Maksim Antipin.

    “A sua maneira de se alimentar é esquisita. Basta ver como eles abrem com o bico as latas de conserva e depois se põem a comer. Normalmente, encontram latas com prazo de conservação esgotado nas lixeiras ou roubam de moradias comuns. Podem entrar pela janela aberta e retirar da mesa algumas delícias ou tirar ovos de galinheiros, até matar pintos agindo em conjunto – um corvo dá sinais de alerta, os demais praticam o crime.”

    Os corvos são realmente onívoros – alimentam-se de cenoura a crescer na horta, partem ao meio as abóboras, comendo o fulcro, tiram maçãs diretamente de macieiras ou roubam peixe aos pescadores desatentos. Na opinião de peritos, os métodos como esses foram adquiridos com o tempo. Para entender melhor o modo de sua transmissão, os cientistas marcaram 25 crias com determinadas combinações de anéis de diversas cores, prossegue explicando Maksim Antipin.

    “Deste jeito, durante um mês, quando as crias abandonarem os ninhos, os cientistas observarão a sua evolução, sobretudo, no que respeita à adaptação à vida coletiva, em bandos, à posição social, à caça e, por fim, à adaptação ao homem.”

    Os psicólogos da Universidade Lomonossov deverão concluir as pesquisas no início de setembro. Para além de resultados, trarão da ilha Shikotan um documentário interessante que versa de relações de corvos com os habitantes locais e animais domésticos.

    Fonte: VR

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