Angola está a colher os frutos da diversificação da economia, historicamente concentrada no petróleo, através de um aumento das receitas fiscais provenientes do sector não-petrolífero, afirma a Economist Intelligence Unit.
“Os esforços para diversificar a economia e promover sectores não-petrolíferos como a indústria, agricultura e agro-negócio e encorajar a actividade de pequenas e médias empresas, parecem estar a ser compensadores”, afirma a EIU no seu relatório de Junho sobre Angola.
Dados do governo citados pela EIU indicam que no primeiro trimestre de 2012 as receitas fiscais do sector não-petrolífero aumentaram 18% em relação ao mesmo período do ano passado.
Cerca de mil novos negócios foram registados nos três primeiros meses do ano, criando perto de 6 600 postos de trabalho, de acordo com a mesma fonte.
O “cumprimento das promessas de diversificação da economia”, salienta a EIU, são importantes a nível social, aumentando as oportunidades para os mais jovens.
De acordo com um documento recentemente apresentado em Luanda pela Universidade Católica de Angola, diversificar a economia angolana e fazer com que em 2025 o país esteja menos dependente do petróleo exige um esforço financeiro de 604 mil milhões de dólares.
Preparado pelo Centro de Estudos e Investigação Científica daquela universidade, o Relatório Económico de Angola 2011 adianta que aquele montante é o necessário para fazer com que Angola fique menos dependente do petróleo e disponha de uma economia industrial em transição para uma de serviços.
Os sectores com peso no processo de diversificação, de acordo com o estudo são a agricultura, florestas e pescas com 16,5% do Produto Interno Bruto (PIB), indústria transformadora, construção e energia com 37,5% do PIB, comércio, transportes, banca, seguros e telecomunicações com 24,5% do PIB e 18,7% para a extracção de petróleo.
A EIU prevê que a economia angolana cresça 8,0 % este ano, abrandando para 7,0 % no próximo ano e 6,2 % no seguinte.
As componentes mais importantes do crescimento nos próximos anos deverão ser o investimento (mais 8,0 % em 2012) e o consumo público (mais 7,5 %).
Prevê ainda que os serviços sejam de forma consistente o sector com maior crescimento da economia nos próximos anos (10,3 % em 2013), seguido da indústria (6,0 % em 2013).
A EIU identifica a diversificação como uma das principais tendências de política económica em Angola nos próximos anos.
“Será dado um novo foco às pequenas e médias empresas com um programa especial do governo a disponibilizar um crédito de 1,8 mil milhões de dólares a pequenas empresas, acompanhado de vários benefícios fiscais e outros mecanismos de apoio”, refere no relatório de Junho.
“O objectivo é impulsionar a diversificação, ao mesmo que se traz para a rede fiscal empresas que actualmente não pagam impostos”, adianta.
Na frente externa, as autoridades angolanas procuram diversificar também as suas fontes de financiamento, consolidando as relações com parceiros-chave como a China, Brasil e Portugal, afirma a EIU.
Fonte: macauhub