A construção de várias infra-estruturas sociais, a instalação de novos sistemas de abastecimento de água potável e de energia eléctrica, e o relançamento da actividade agrícola está a permitir o desenvolvimento acelerado do município da Damba, na província do Uíge.
A administradora municipal, Maria Cavungo, disse ontem ao Jornal de Angola que a aplicação dos programas de Investimentos Públicos, Combate à Pobreza e de Municipalização dos Serviços Básicos de Saúde permitiram a construção de 86 escolas do ensino primário e duas outras do II ciclo do ensino secundário, residências para os funcionários, reabilitação e apetrechamento das administrações comunais.
Mais de 13 mil alunos estão matriculados, este ano, na Damba, localidade onde o processo do ensino e aprendizagem é assegurado por 333 professores. Maria Cavungo lamenta a insuficiência de docentes devido às constantes transferências que ocorrem no sector da Educação.
Tendo em conta a extensão geográfica do município e o número de alunos matriculados, referiu ser necessário o enquadramento de pelo menos 84 professores, que podem ser apurados no último concurso público, realizado recentemente na província.
Saúde no município
O município da Damba passou a dispor, nos últimos dez anos, de 14 unidades sanitárias, entre postos, centros médicos e um hospital de referência, facto que permitiu melhorar consideravelmente a prestação dos serviços médicos e medicamentosos, e facilitou a vida dos milhares de cidadãos que anteriormente percorriam centenas de quilómetros em busca dos serviços de saúde. O chefe da repartição municipal da saúde, Lumueno Filipe, adiantou que o sector dispõe de três médicos especializados nas áreas de oftalmologia, ortopedia e laboratórios de análises clínicas, um número que considera ser insuficientes para dar resposta à procura.
Além da necessidade de reforço de médicos, o município necessita, também, de mais 35 enfermeiros e parteiras tradicionais para melhorar e assegurar o atendimento aos doentes assistidos nas diversas unidades de saúde.
“A nossa intenção é colocar um médico em cada comuna, porque todas elas ficam muito distanciadas da sede municipal, e três ou mais enfermeiros em cada posto de saúde. Actualmente, trabalhamos com um enfermeiro em cada posto e isso tem vindo a motivar enchentes nas unidades, além do excesso de trabalho a que são submetidos os técnicos”, realçou o responsável do sector da saúde.
Apesar da melhoria registada, Lumueno Filipe garantiu que a repartição municipal em colaboração com a administração municipal está, cada vez mais, apostada no alargamento e aproximação dos serviços de saúde às populações residentes nas localidades mais recônditas do município.
No município da Damba está em curso a construção de quatro novos postos de saúde e a reabilitação de outros, que não ofereciam boas condições de funcionamento.
As comunas contempladas são as de Nkusso Mpete, Lêmboa e nas localidades de Quimbunga Pedro, Madimba e Mbemba Cazumbi.
Atendimento às mulheres
O responsável pela saúde apontou as diarreias, doenças respiratórias agudas, malária, ferimentos por acidentes de viação, fístula obstétrica e diabetes como sendo as mais predominantes na região. Reprovou, ainda, a conduta menos digna de muitas pessoas que, em vez de recorrerem ao posto de saúde para serem devidamente assistidas, preferem auto medicar-se, situação que tem provocado vítimas mortais.
O hospital municipal está a ser ampliado e apetrechado, com a construção do novo bloco da maternidade, e estão a ser construídos quatro novos centros e postos médicos nas sedes comunais e a reabilitar outros que não oferecem condições dignas de funcionamento.
A administradora da Damba, Maria Cavubgo, disse que as acções em curso visam melhorar a prestação dos serviços de saúde e lembrou que o hospital municipal, por oferecer óptimas condições de funcionamento, tornou-se no único do país que trata a fístula obstétrica.
“Temos recebido muitas doentes provenientes de diversos pontos do país que apresentam esse problema e, por isso, pretendemos alargar o espaço do hospital para melhor acoomodar os pacientes e humanizar, cada vez mais, os serviços de atendimento”, disse a administradora.