Peritos do Ministério dos Transportes estão a elaborar um estudo para a construção de uma nova rede integrada de transportes e logística no país, com mais de dez mil quilómetros, no âmbito do projecto de acessibilidade e mobilidade de pessoas e mercadorias em todo o território nacional.
O estudo, que tem também uma componente internacional, possui interfaces de ligação com portos, aeroportos e caminhos-de-ferro, através dos transportes terrestres, anunciou ontem em Luanda o ministro dos Transporte, Augusto da Silva Tomás, na abertura do seminário sobre “reforma e modernização do sector ferroviário”.
O governante declarou que o estudo já está em fase preliminar e enquadra-se também no Plano Estratégico Nacional de acessibilidade, mobilidade e transporte, designado PENAMT.
“A nossa intenção é que a construção destas redes de transporte e de logística venha a ser concluída ao longo dos próximos 20 anos”, advogou o ministro.
A rede integrada, adiantou, é importante para aumentar a coesão económica e social do país, de forma a aproximar as populações mais distantes e ultra-periféricas aos centros urbanos com melhores indicadores de desenvolvimento.
Na ampla viabilização do projecto, há também ligações rápidas e eficientes aos países limítrofes e aos portos do litoral angolano, situação que proporciona um contributo incontornável ao desenvolvimento dos países da SADC, assegurou Augusto Tomás.
O ministro disse ainda que o Executivo prevê passar a gestão e exploração dos caminhos-de-ferro de Angola a entidades privadas, no quadro do programa de reforma e modernização do sector ferroviário. Além da gestão e exploração, há também a área de infra-estruturas, que abarca a construção, manutenção e comando e controlo da circulação, que vai ser igualmente colocada à disposição do sector privado.
O redimensionamento do sector ferroviário vai abrir nova porta para uma maior transparência dos custos e permite quantificar aquilo que é responsabilidade do Estado pelo serviço público, dentro do princípio que lhe compete de assegurar aquilo que devem ser empresas e utilizadores do transporte.
O seminário teve como objectivo esclarecer aos participantes a importância estratégica do processo de construção, modernização e manutenção das infra-estruturas ferroviárias para o crescimento económico e social do país.
No evento, foram apresentados temas ligados ao modelo institucional do sector ferroviário e os problemas críticos do sector, o balanço da aplicação do modelo institucional dos transportes, a regulamentação ferroviária e segurança do sistema ferroviário, assim como a inventariação, avaliação e gestão do património ferroviário.
O Ministério dos Transportes está a desenvolver um amplo programa de modernização do sector, com destaque para o segmento ferroviário.
No fim-de-semana, o ministro Augusto Tomás procedeu à inauguração de dez estações ferroviárias nas províncias de Malange e Kwanza-Norte, no âmbito do Programa de Reabilitação e Modernização dos Caminhos de Ferro de Luanda. Foram inauguradas as estações Lombe, Zanga, Cambunze, Cacuso e Quizenga, em Malange, e Ui, Luinha, Canhoca, Ndalatando e Lucala, no Kwanza-Norte.
FONTE: JA