Coube ao jovem Francisco Mulemessa a missão de representar a Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) num reduto até agora encarado como bastião do partido dos camaradas e também disputado pelo maior partido da oposição, uma das poucas forças políticas que conseguiu eleger um único representante nesta localidade.
“Somos uma coligação muito jovem, mas também muito acarinhada pela população, principalmente a nossa juventude que está cansada de viver sem expectativas”, garantiu Francisco Mulemessa.
O representante da formação liderada por Abel Chivukuvuku considera o Bengo como sendo uma região onde as pessoas têm manifestado um sentimento de mudança, razão pela qual não pretendem defraudar estas pessoas.
Nesta altura, a coligação pretende conquistar o maior número de votos possível. Para tal, acreditam que podem melhorar as condições gerais dos angolanos, sobretudo da sua juventude que consideram ser uma maioria.
Mulemessa pensa que o Executivo também fez várias promessas em 2008, um milhão de casas, igual número de empregos, os Nosso Super e outras infra-estruturas mas também não foram concretizadas.
“Nós queremos que as promessas deixem de ser promessas e aconteçam de facto. Esta é a nossa luta e é nesta senda que a CASA-CE direcciona o seu pensamento quando abordamos o eleitorado”, garantiu o jovem, referindo, categoricamente, que “nós propusemos situações concretas. O eleitorado tem de estar seguro que as promessas da CASA-CE são para acontecer”.
Entre as promessas feitas constam a melhoria dos postos de emprego, saúde, educação, energia eléctrica e água potável na torneira dos seus moradores. O representante da mais nova formação política diz que não acredita que uma província como o Bengo, com um rio atrás das casas, não tem água potável.
Um dos caminhos que pensam utilizar para contrariar o favoritismo do MPLA, segundo ele, é demonstrar ao eleitorado local que as promessas feitas jamais serão cumpridas e a CASACE vai trabalhar para demonstrar que não só promete como vai fazer acontecer as coisas. “A CASA tem uma grande aceitação na província, principalmente no município sede. Podemos provar isso pela aderência da juventude, das pessoas que nos contactam”, confirmou.
O atraso que se verifica na inauguração da sede da organização, que provavelmente venha a acontecer neste fim-de-semana, também tem contribuído para uma certa retracção daqueles que pretendem ingressar na coligação. Mas Mulessema pensa que é apenas “uma questão de dias”.
O secretário para Mobilização da organização contou, por seu lado, que têm apelado aos jovens para um voto consciente.
“A CASA-CE aparece como a salvação de Angola, o resgate da angolanidade ao devolver o poder aos angolanos”, referiu o jovem, considerando a actual Constituição da República “como um convénio onde não se vê as ansiedades dos angolanos, mas sim os interesses de alguns que são detentores do poder”.
O braço-direito do secretário realçou igualmente que as linhas programáticas da organização assentam na angolanidade e não na exclusão social como os outros têm feito.
“Angola é de todos, não podemos viver pelas etnias ou pelas cores partidárias. Honestamente, não podemos estar a viver na comunidade, mas sim na sociedade. E as pessoas têm feito muita confusão em relação a isso porque são coisas diferentes”, desabafou o secretário para a mobilização.
FONTE: O País