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    A bandeira do início da libertação de Angola

    A propósito das comemorações do Dia de África, foi apresentado em Lisboa o livro O Processo dos Cinquenta, Tempo e Memória (1940-1962), considerações históricas, da autoria de Fernando Edviges Chasse, pseudónimo literário de Fernando Correia, que há três anos nos presenteou uma interessante biografia de Américo Boavida.

    Apresentada pelo historiador Edmundo Rocha e com prefácio de Alberto Oliveira Pinto, a obra homenageia os nacionalistas angolanos presos, julgados e desterrados para o Campo de Tarrafal, em Cabo Verde, no âmbito do chamado Processo dos Cinquenta, designação do julgamento de nacionalistas angolanos acusados de conspirarem contra o regime colonial português em Angola, que resultou numa vasta onda de prisões efetuadas pela polícia política do regime fascista, PIDE, entre 29 de março e 24 de agosto de 1959.

    O livro retrata as principais vertentes do movimento panfletário angolano e analisa as várias formações nacionalistas – do ELA também designado Movimento de Libertação de Angola, MLA, ao Movimento para a Independência de Angola, MIA, e ao Movimento de Libertação Nacional de Angola – Partido Comunista de Angola, MLNA-PCA – organizadas pela população nativa que se constituíram na afirmação da mobilização popular para a independência de Angola, assim como mostra, entre outros aspetos, os episódios da ocupação colonial, os julgamentos, o caminho para as prisões e, detalhadamente, os protagonistas.

    O que levou os angolanos a agir não era uma utopia, apenas, sim, o reconhecimento dos seus direitos como homens, assim disse Agostinho Neto, numa das suas reflexões escrita durante a sua estada na Cadeia do Aljube, em Lisboa, em 1960: «O que nos anima a todos nós, indivíduos que agora somos acusados de um ‘grave crime’ de traição à Pátria, é sim o desejo de ver realizados os nossos ideais humanos, de nos vermos considerados homens dignos iguais a quaisquer outros, cujas necessidades possam ser escutadas, sentida e atendidas, e capazes de participar eficazmente na governação da sua terra. E como sentimos que sem o nosso próprio esforço isso será impossível, nós agimos».

    FONTE: África 21

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