A primeira exportação de gás natural angolano, sujeita a sucessivos adiamentos, foi agora agendada para o último trimestre de 2012, noticiou hoje a agência Angop.
No despacho, que cita o presidente do Conselho de Administração da Angola LNG (Gás Natural Liquefeito), António Orfão, que atualmente se encontra na cidade sul-coreana de Yeosu num “road-show” do projeto, não se adiantam quaisquer explicações para o novo adiamento.
A apresentação do projeto coincidiu com a realização da Expo2012, que decorre em Yeosu e encerra no próximo dia 12 de agosto.
António Orfão referiu que o projeto vai produzir anualmente 5,2 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito (LNG), além de fornecer gás butano para consumo interno, tornando o país autossuficiente.
O projeto LNG, localizado na cidade do Soyo, província do Zaire, norte de Angola, vai ainda disponibilizar 125 milhões de pés cúbicos por dia de gás natural destinado à produção de energia elétrica e petroquímica, destacou a Angop.
Em janeiro passado, em comunicado de imprensa, a Sonangol anunciou que o projeto Angola LNG devia começar a produzir gás até ao final do primeiro trimestre e que os equipamentos já se encontravam na fase de testes.
Cerca de três meses depois, a nova data foi avançada pelo ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, que remeteu a primeira exportação para finais de junho.
Na ocasião, Botelho de Vasconcelos, que falava à imprensa no final da sessão parlamentar em que o executivo angolano foi autorizado, por unanimidade, a legislar sobre o Ajustamento do Regime Fiscal Aplicável ao Projeto Angola LNG, disse que o teste do primeiro carregamento seria efetuado em maio.
“Por isso é que estamos aqui para obtermos a aprovação desse ajuste para o regime fiscal. A instalação está pronta para ser inaugurada em junho”, destacou o governante.
Os planos iniciais de exportação do gás natural angolano apontavam para o mercado norte-americano, mas as recentes descobertas deste combustível nos Estados Unidos obrigaram Angola a redirecionar o mercado de exportação, tendo optado pelo asiático, dada a competitiva diferença de preços.
No caso dos Estados Unidos, cada unidade BTU (British Termal Unit) seria vendida a dois dólares, enquanto no mercado europeu os valores já subiriam para os seis a oito dólares, mas o mercado asiático, designadamente o Japão, permitirão vender cada BTU acima dos 13 dólares.
Lançado em 2007 para aproveitar o gás natural resultante da exploração petrolífera, evitando a sua queima, o projeto Angola LNG reúne a Chevron (36,4 por cento), Sonangol (22,8 por cento), BP Exploration (13,6 por cento), ExxonMobil (13,6 por cento), e Total (13,6 por cento) e representa um investimento de 10 mil milhões de dólares (cerca de 8 mil milhões de euros).
O projeto Angola LNG deverá garantir a entrada de Angola no Fórum de Países Exportadores de Gás (GECF), que tem apenas cinco membros africanos, nomeadamente Argélia, Egipto, Guiné Equatorial, Líbia e Nigéria.
FONTE: Lusa