A concentração do Rossio vai dar lugar a um desfile até à Assembleia da República. Os professores estão a levar a cabo uma nova manifestação contra as políticas do Governo.
Centenas de professores estão concentrados no Rossio aguardando as intervenções dos secretários-gerais da FENPROF e da CGTP-IN, Mário Nogueira e Arménio Carlos, numa manifestação contra as políticas do Governo.
“Vinculação afinal de acordo com a lei geral”, gritavam os professores no início da concentração, no centro de Lisboa.
À manifestação associou-se o Movimento dos Professores Contratados.
Os professores descerraram panos negros com palavras de ordem de contestação ao Governo, atribuindo ao ministro da Educação, Nuno Crato, o cognome de “o exterminador”.
Os manifestantes vão depois seguir para a Assembleia da República.
Em declarações aos jornalistas, o líder da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) admitiu já levar um protesto também “à porta do primeiro-ministro”, caso não seja concedida com a urgência pretendida a reunião que várias organizações da comunidade educativa pediram na quarta-feira ao Ministério da Educação.
Mário Nogueira insistiu que está em curso um despedimento coletivo de milhares de profissionais qualificados “com licenciaturas a sério”, acrescentando que não obtiveram a licenciatura “na farinha amparo”.
O protesto pretende expressar a indignação dos professores com medidas que afirmam elevar o desemprego para níveis históricos.
A FENPROF critica a reorganização da rede escolar, nomeadamente a criação de 150 “mega-agrupamentos”, estimando que sejam retirados 25.000 horários aos professores.
Diz a estrutura sindical que ficarão sem trabalho “praticamente todos os professores” contratados. De acordo com dados da Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência, publicados em junho, havia no ano passado 35.976 professores contratados nas escolas públicas do continente: 22.099 no 3.º Ciclo e Secundário, 8.617 no 2.º Ciclo, 4.033 no 1.º Ciclo e 1.227 no pré-escolar.
A maior estrutura sindical de professores contesta também o aumento do número de alunos por turma e a revisão curricular, além dos cortes salariais e de subsídios de férias e de natal aplicados ao setor público.
FONTE: Expresso