Segundo o ministro das Finanças, um dos objetivos da próxima missão da troika em Portugal passa por “favorecer o processo de ajustamento”. Sobre o cumprimento do défice, Vítor Gaspar reconhece ser um objectivo “claramente muito difícil”.
A próxima missão da troika chega a Portugal no dia 28 de Agosto e entre os seus objectivos está o de encontrar formas de “facilitar” a execução do programa de ajustamento em curso.
Esta leitura foi feita por Vítor Gaspar no final da reunião o Eurogrupo que terminou na madrugada desta terça-feira: “o que está aqui em causa é olhar para o processo de ajustamento português e procurar facilitar esse processo de ajustamento”.
Na mesma reunião em que deram mais um ano a Espanha para reduzir o seu défice até 2014 e em que confirmaram que se irá “melhorar a sustentabilidade” do programa de ajustamento da Irlanda, os ministros das finanças da zona euro aprovaram uma declaração com uma referência a Portugal: “o Eurogrupo pediu à troika que trabalhe em conjunto com as autoridades portuguesas durante o quinto exame regular do programa que começa a 28 de Agosto para garantir que o processo de ajustamento continua a decorrer de forma bem sucedida”.
Depois de ler a referida passagem, o ministro das finanças foi mais longe na respectiva interpretação e afirmou que no que se refere a Portugal “fala-se de favorecer o processo de ajustamento”: “é a forma de palavras que é usada. Melhorar e favorecer parecem-me de facto termos que podemos usar”, acrescentou. Instado a explicar o significado dessa formulação, Vítor Gaspar respondeu: “quer dizer que pode fazer-se progresso adicional, o que é claro uma vez que o (…) processo de ajustamento não está completo. Na verdade, o que está aqui em causa é olhar para o processo de ajustamento português e procurar facilitar esse processo de ajustamento”.
O ministro das finanças reconheceu ainda que o cumprimento do défice este ano é um objectivo “claramente muito difícil” e escusou-se a repetir se mantém a meta de 4,5% do PIB: “esse assunto não foi especificamente discutido neste Eurogrupo”.
Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, ‘ilibou’ o governo de responsabilidades nesta situação ao afirmar que Portugal efectuou “todos os esforços possíveis” e se está a comportar de uma forma “assinalável”. E sem entrar em detalhes garantiu que Lisboa pode por isso contar com a solidariedade europeia: “todos os esforços que possamos fazer para ajudar Portugal a corrigir a situação, serão envidados”.
FONTE: Expresso