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    Angola tem milhares de terapeutas

    O Resgate e a Valorização da Medicina Tradicional Segura ao Serviço da Saúde foi o lema central do Fórum Regional sobre a Política Nacional de Medicina Tradicional e Práticas Complementares, que decorreu ontem, na cidade do Uíge.O encontro juntou terapeutas das províncias do Uíge, Zaire e Cabinda. Teve como objectivo facilitar a integração das práticas da medicina tradicional no sistema nacional de saúde, para garantir serviços mais eficientes, seguros e com a qualidade necessária para toda a população.
    O ministro da Saúde, José Van-Dúnem, disse na abertura do fórum, no Cine Ginásio, que a melhoria das condições de vida da população passa pelo aproveitamento de todas as possibilidades disponíveis, fazendo com que as forças vivas e os recursos possam contribuir para o bem físico, psíquico e mental dos angolanos.
    José Van-Dúnem referiu que os terapeutas tradicionais jogam um papel fundamental na cura e tratamento de doenças, tendo em conta que, por razões de ordem cultural, “muitas das nossas populações, quando estão doentes, procuram primeiro a medicina tradicional antes da medicina convencional, por isso é importante harmonizar práticas e normas que permitam servir da melhor maneira a população”. O ministro da Saúde também defendeu a necessidade de mais investigação.
    A secretária do Presidente da Pepública para os assuntos sociais falou sobre os objectivos da realização do Fórum Regional sobre a Política Nacional de Medicina Tradicional e Práticas Complementares. Rosa Pacavira referiu que, com a realização de mais um fórum regional, o Executivo pretende pôr em discussão um documento que vai permitir aos terapeutas do Uíge, Zaire e Cabinda exercerem o seu trabalho de forma legal. “A OMS estimula a medicina tradicional com vista a dar alternativas ao sistema de saúde e de forma integrada as técnicas de medicina ocidental, moderna, e, nesta altura, a medicina tradicional já está inserida no sistema nacional de saúde”, afirmou.
    Rosa Pacavira defendeu a necessidade de haver ao lado de um médico tradicional, um médico da medicina convencional a trabalharem nas mesmas condições. “Em Angola temos 27 espécies vegetais que podem servir para a alimentação, madeira, óleo e medicina tradicional”, disse, acrescentando que, no passado, não haviam documentos legítimos que pudessem proibir um estrangeiro de levar as plantas para fora do país, “mas agora o Executivo está a trabalhar para estabelecer a lei que proíbe a retirada de plantas medicinais para o exterior do nosso país”, disse a secretária do Presidente da República para os assuntos sociais.

    Milhares de terapeutas

    “Por isso, a participação de todos no processo da valorização da medicina tradicional é indispensável. Em Angola estão registados 46 mil terapeutas tradicionais, mas o Executivo está a fazer o levantamento de novos terapeutas e plantas medicinais, para facilitar a divulgação, a nível internacional, das potencialidades medicinais de
    Angola”, concluiu.
    Na sua mensagem de boas vindas, o governador provincial, Paulo Pombolo, disse que o encontro, que se realiza sob o lema “O Resgate e a Valorização da Medicina Tradicional Segura ao Serviço da Saúde”, visou transmitir conhecimentos e procedimentos baseados nas teorias, crenças e experiências de diferentes culturas explicáveis pela ciência e usadas para a manutenção da saúde e para prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças físicas e mentais.
    A província do Uíge tem 14 mil terapeutas, entre quimbandeiros, curandeiros, advinhas, naturalistas, espiritualistas e parteiras tradicionais, cuja actividade tem vindo a contribuir para o alívio e tratamento de algumas doenças que afligem a população.

    Delegação oficial

    Participaram nos trabalhos do Fórum sobre a Política Nacional de Medicina Tradicional e Práticas Complementares, o ministro da Saúde, José Van-Dúnem, a secretária do Presidente da República para os Assuntos Sociais, Rosa Pacavira, vice-ministro da Comunicação Social, Miguel de Carvalho “Wadijimbi”, vice-ministro da Agricultura, José Amaro Tati, a secretária de Estado da Agricultura, Filomena Delgado, assessor do Presidente da República para a área jurídica, Francisco Queirós, Alcides Safeca, secretário de Estado do Orçamento, Carlos Alberto Masseca, vice-ministro da Saúde, Pedro Luís da Fonseca, vice-ministro do Plano, e Paula Inês Dala, vice-ministra da Educação, além dos terapeutas tradicionais das províncias do Uíge, Zaire e
    Cabinda. A Lunda-Norte acolhe esta semana outro encontro.

    FONTE: JA

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