Começa a escassear o tempo para que a Somália ponha fim à transição política e eleja um novo presidente, segundo um plano apoiado pelas Nações Unidas.
Um grupo de mais velhos está a demorar o processo devido a preocupações sobre a proposta de constituição.
Os dirigentes políticos da Somália têm muito que trabalhar antes do dia 20 de Agosto, a data final para por termo ao governo de transição.
A próxima etapa do processo diz respeito a um grupo de 135 mais velhos dos vários clãs para seleccionarem os 825 membros da Assembleia Nacional Constituinte que irão votar num novo parlamento, uma nova constituição e um presidente.
A assembleia constituinte deve reunir no próximo dia 12 do corrente, mas os mais velhos ainda não apresentaram os nomes.
O presidente do clã dos mais velhos Hawiye indicou que o conselho deseja ter a possibilidade de rever a proposta de constituição.
“Parece existir urgência em aprovar o documento, destacando acreditar existirem algumas correcções importantes que tem de ser feitas”.
Entre as questões encontram-se medidas para garantir às mulheres o direito a candidatarem-se a cargos públicos.
O representante especial da ONU para a Somália Augustine Mahiga concorda em que os mais velhos têm o direito de manifestar as preocupações, mas não devem reservar os nomes para integrar a assembleia constituinte
“Não seria consistente com as suas responsabilidades e mandato reservarem ou forçarem. No final compete aos elementos da Assembleia Constituinte, e não aos mais velhos, darem o Sim ou o Não”.
Segundo Mahiga o papel dos mais velhos é o de representar um amplo espectro dos clãs Somalis, contribuindo para a legitimidade do processo.
Essa legitimidade tem sido posta em causa por alguns no seio da comunidade e dos media somalis, que consideram os mais velhos como sendo verdadeiros impostores colocados no conselho para forçar uma agenda política.
Fonte: VOA