Angola deixa a presidência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) no dia 20 na Cimeira de chefes de Estado que se realiza na capital de Moçambique, país que assume o cargo.
O secretário executivo da organização afirmou que a liderança angolana correu “dentro do expectável” e que se espera uma “mudança na continuidade”, pois a CPLP “é uma organização que se vai fazendo”. A presidência angolana, disse, permitiu “explorar novos horizontes dentro da organização” e trouxe “temas ligados à pluralidade e à solidariedade na diversidade”.
Domingos Pereira, que também deixa o secretariado executivo no dia 20, sublinhou que, ao o contrário do habitual, por razões de ordem alfabética, é a vez de um moçambicano exercer o cargo de secretário executivo, cujo nome só é conhecido na cimeira.
Sociedade civil
Durante a presidência angolana, referiu, também foi feito um esforço grande para envolvimento da sociedade civil.
O secretário executivo da CPLP disse esperar que a presidência moçambicana caminhe para “avanços mais tangíveis” no contacto com os cidadãos e que “há sempre um cunho particular” em cada presidência.
O grande tema da conferência de Chefes de Estado e de Governo de Maputo é a segurança alimentar e nutricional, o que representa um regresso “a uma questão muito técnica”, que abarca, salientou o secretário executivo, a participação dos pequenos e médios agricultores, a transformação dos produtos agrários e o preço justo na comercialização.
Objectivos do milénio
Sobre os atrasos de muitos dos Estados-membros da CPLP em relação aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, Domingos Simões referiu que a organização pode pedir aos países que se esforcem em cumprir, até 2015, as metas estabelecidos pelas Nações Unidas, pois apenas eles podem “melhorar os índices de desempenho”.
Simões Pereira, que lembrou que a livre circulação no espaço da CPLP é “um processo lento”, pediu o envolvimento dos cidadãos.
“Ouvimos muitas vezes vozes de inconformismo nos nossos países, que subscrevemos”, disse, mas acrescentou que cabe aos cidadãos “exercerem pressão”, designadamente sobre os Parlamentos nacionais que “têm de consagrar essa livre circulação no ordenamento jurídico”. Angola sucedeu Portugal na presidência da CPLP em Junho do ano passado, em Luanda.
FONTE: JA