“A economia verde vai aumentar a nossa capacidade de gerir os recursos naturais de forma sustentável e com menores impatos ambientais”, disse José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia (CE), na Cimeira sobre Desenvolvimento Sustentável, de 20 a 22 de Junho, no Brasil; mas as organizações ambientalistas criticam a falta de ação no terreno.
Chegado ao meio-termo do segundo mandato de Barroso, a Comissão Europeia continua a ter uma má avaliação das organizaçôes não governamentais no que se refere à política ambiental, em ligação com as medidas indutoras do crescimento.
“A Comissão Europeia está a falhar por completo na proteção do meio ambiente na Europa. Precisamos de ar limpo, de solos saudáveis e de proteger os nosso recursos naturais”, disse Jorgo Riss, diretor da delegação europeia da Greenpeace.
O comissário europeu com a pasta do Ambiente, Janez Potocnik, reconhece o atraso quando se trata de passar das palavras aos atos.
“No que se refere à implementação de medidas, temos um trabalho enorme pela frente, para falar honestamente. Verificam-se inúmeras infrações, mas muitos países não são brilhantes na implementação das regras e isso desagrada-nos”, disse Potocnik.
A Greenpeace considera que Bruxelas não pode continuar a desculpar-se com a inércia dos estados-membros.
“A Comissão Europeia pode alterar leis, por exemplo na Política Agrícola Comum, que é uma das principais fontes de poluição dos solos e águas subterrâneas, e nem sequer fornece aos cidadãos alimentos saudáveis e livres de pesticidas”, explica Jorgo Riss.
“O presidente da Comissão e sua equipa têm todos os poderes que precisam para atuar. O que falta é coragem política para o fazer, bem como a necessária visão a longo prazo”, acresenta.
Por seu lado, o comissário europeu do Ambiente promete avançar em mais domínios que preocupam os cidadãos, sobretudo os consumidores.
“Uma questão muitas vezes mencionada é a dos produtos químicos. Temos das legislações mais avançadas do mundo e ela está a ser implementada. Claro que temos outros problemas a resolver como certos compostos químicos e as nano-partículas, que teremos de enfrentar seriamente”, referiu Potocnik.
Os ambientalistas prometem nova avaliação desta política no final do mandato da CE, em 2014.
Fonte: EURONEWS