O líder parlamentar do PS Carlos Zorrinho acusa o Governo de “chegar atrasado” ao reconhecer só agora a necessidade de ter mais tempo para cumprir o programa da troika. E diz que esse atraso tem consequências.
“Não é indiferente reconhecer agora que precisamos de mais tempo porque muitas das medidas que criaram desemprego não tinham sido necessárias”, afirmou Zorrinho aos jornalistas, no Parlamento. Essa austeridade, acrescentou, pode explicar a maior dilatação de tempo. “Não é por acaso que agora dizem que são precisos dois anos”, disse o líder da bancada socialista, lembrando que o PS “há muito tempo” que defendia que o programa de ajustamento precisava de “mais um ano”.
Carlos Zorrinho reagia às declarações do vice-presidente da bancada do PSD, Miguel Frasquilho, que defendeu que a troika pode reconhecer a necessidade de Portugal vir a ter mais dois anos para cumprir o programa de ajustamento. Para Zorrinho, a declaração do deputado “é preparatória” para uma decisão.
Já esta manhã, após a reunião do grupo parlamentar do PSD, Miguel Frasquilho esclareceu a sua posição, rejeitando a ideia de que tenha defendido “mais tempo e mais dinheiro” para o programa de ajustamento em Portugal. Sem esconder que tenha referido o prazo adicional de dois anos, Frasquilho remete para a troika a decisão. “Pode haver reconhecimento internacional do trabalho muito positivo que o Governo tem vindo a fazer”, disse.
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, também no final da reunião da bancada, disse aos jornalistas que o “pensamento [de Miguel Frasquilho] é muito coincidente com o do grupo parlamentar e o do Governo no sentido de que Portugal está a fazer o trabalho de casa”. E recusou a ideia de que o deputado tenha pedido mais tempo ou mais dinheiro como reclama o PS.
FONTE: Público