A operação anunciada em Junho foi agora concretizada: a Caixa Geral de Depósitos vendeu, na segunda-feira, a sua participação na Zon Multimédia à empresária angolana. O banco estatal fica apenas com menos de 5 mil títulos da operadora.
A Caixa Geral de Depósitos já vendeu a sua participação na Zon Multimédia. A compradora, Isabel dos Santos, é agora detentora de 28,8% do capital da operadora.
“Na sequência da concretização da venda pela CGD, fora de bolsa, de 33.181.144 acções da Zon à Jadeium, B.V., conforme acordado entre as partes no contrato de compra e venda datado de 12 de Junho de 2012, a CGD deixou de deter qualquer participação directa no capital social da Zon”, informa a empresa presidida por Rodrigo Costa em comunicado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM). A Jadeium pertence à empresária angolana Isabel dos Santos.
A mesma empresa comprou posições indirectas ao banco estatal, através da seguradora Fidelidade e do fundo de pensões (215.000 da parte da Fidelidade, 483.387 do fundo de pensões da CGD).
A Caixa Geral de Depósitos, que antes da venda era uma das principais accionistas da Zon com 10,88% do capital social da empresa, fica com uma participação indirecta de 0,0016% do capital, correspondente a um total de 4.874 acções, segundo o comunicado emitido através da CMVM.
Isabel dos Santos cumpre objectivo na Zon
O acordo de compra e venda entre o banco e Isabel dos Santos, que já estava presente em 10% da Zon através da Kento Holding e de 8% da Jadeium, foi assinado a 12 de Junho e terá sido, segundo o Negócios, concretizado através do pagamento de 2,60 euros por acção, num total de 85 milhões de euros. Os direitos de voto da empresa já eram imputados à Jadeium desde aí, contudo só hoje a posição no capital social é alterada. A operação concretiza-se, portanto, apenas no segundo semestre do ano.
A empresária, filha do presidente angolano Eduardo dos Santos, reforça, assim, a posição para 28,8% do capital da Zon, 18,8% através da Jadeium e de 10% da Kento.
“Com a compra deste bloco atingimos os nossos objectivos relativamente à Zon. Pensamos ter sido encontrada a melhor a solução accionista para o futuro da empresa e na reafirmação da confiança na gestão e sua continuidade”, disse, a 13 de Junho, uma fonte próxima de Isabel dos Santos ao Negócios.
Sendo assim, Isabel dos Santos não estará a pensar em reforçar a sua posição para mais de 28,8% da Zon, pelo que não deverá ultrapassar os 33,33% da empresa, o patamar que a iria obrigar a lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o restante capital.
Depois de anunciado o contrato de compra e venda, intensificou-se novamente a especulação em torno de uma possível consolidação nas telecomunicações entre a Zon e a Sonaecom. O facto de Isabel dos Santos ser parceira da Sonae, principal accionista da Sonaecom, promove, na opinião do banco de investimento Berenberg, a fusão.
FONTE: Jornal de Negócios
