PRS disse haver intimidação no Huambo

Adolosi Mango, representante do PRS no Huambo, também afirma que a preparação das eleições “está no bom caminho” havendo uma campanha “permanente” de recrutamento. Este político e engenheiro agrônomo, afirma, entretanto, que nas aldeias há ainda um sentimento da existência de apenas um partido político em Angola, o que dificulta a actividade de mobilização do seu partido.

Adolosi Mango denunciou que, no interior da província, vive-se um clima de intimidação dos cidadãos para não aderirem aos partidos da oposição, como é o caso do PRS.

“Não é fácil colocar uma bandeira devido particularmente à actuação das autoridades tradicionais que estão claramente ao serviço do MPLA”, sustentou. Mango precisou que o actual clima de intimidação está a provocar o medo e a desconfiança da população em relação à possibilidade de o acto eleitoral puder vir a resvalar num novo conflito. O responsável do PRS também garante que, para o acto eleitoral, será montado um dispositivo de controlo do voto nas urnas em toda a extensão da província “para detectar possíveis manobras “.

“Todos os militantes, delegados de lista, estão preparados neste senti do, para se evitarem as irregularidades verificadas em 2008”, garantiu.

O responsável partidário sublinhou que o seu partido continua a apostar no federalismo para Angola como uma orientação suprema e a base da campanha eleitoral. Ele considera que a eleição dos membros do governo pelas autarquias locais será a base para se acabar com as assimetrias regionais. Para a campanha eleitoral propriamente dita, o secretário do PRS disse dispor de uma equipa de quadros que já começou com a mobilização porta a porta. “Sentimos que o povo, particular mente a juventude, despertou para a necessidade de mudança de governo”, disse Dolosi Mango.

OS CANDIDATOS PROPOSTOS
No círculo provincial do Huambo, o MPLA elegeu como candidatos a deputados (efectivos) Fernando Faustino Muteka, Agostinho Ndjaka, Bibiana Nandombua Domingos Paulino Bembele e Maria do Rosário Amadeu.

Como candidatos suplentes foram propostos João Baptista Tombo, Catarina Tchitaca de Oliveira, Miguel Samakassndje, Lyasiane Mbouanga Taty e Armando Capunda.

A UNITA, por sua vez, propôs como candidatos a deputados o actual secretário provincial, Liberty Chiaka, Armando Manuel Kakepa, Delamindo Soares Kata, Francisco Cipriano Monteiro Renaldo Eliseu, Raquel Capumu dos Santos Chikengue, João Mendes, Filipe Celestino Chicomo e Justino Katone. Números não oficiais apontam para o registo nesta província de cerca de 747 mil cidadãos.

Huambo: o círculo do tira-teimas
O objecto de uma ferrenha disputa pelo estatuto de bastião da UNITA que lhe era reconhecido ainda que por razões psicológicas e senti mentais, os contendores consideram-se cobertos de razões para acreditar numa vitória, UNITA, ou repetição da proeza de 2008, MPLA.

Entretanto, o perfil do eleitora do no Huambo pode ter mudado bastante, tanto pelos números do registo alcançados este ano, pouco mais de 700 mil eleitores, em 2008 foram registados 619 mil e 875, como pela qualidade da consciência cívica dos votantes.

A eleição de um parlamentar neste círculo, por parte da UNITA, pode ter efeitos psicológicos positivos, já que poderia ser uma forma de aferição do estado da sua ligação com o que considera o seu bastião tradicional, onde nas eleições de 1992 venceu o seu maior rival por quatro a um.

Quanto ao MPLA que no último pleito venceu por cinco a zero, perder é que “seria impensável”, como disse o seu dirigente na peça ao lado. Os números atestam que nas eleições passadas, do universo de eleitores acima referido o MPLA marcou o seu domínio ao arrecadar 426 mil 226, fazendo eleger pela sua lista os cinco deputados nesse círculo; a UNITA obteve pouco mais de 70 mil, PRS, 7 mil 448, e a Nova Democracia pouco mais de 6 mil votos.

FONTE: O País