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    Código de Estrada deve ser incluído nos programas das escolas nacionais

    Especialistas dos Ministerios da Saúde e do Interior reuniram em Luanda para encontrar formas de acabar com as mortes em acidentes
    Fotografia: Kindala Manuel
    Os especialistas do Ministério do Interior e do Ministério da Saúde que participaram na reunião sobre sinistralidade rodoviária e as doenças crónicas não transmissíveis, defenderam, ontem, em Luanda, a necessidade de incluir nos currículos escolares o Código de Estrada.
    O comunicado final do encontro refere que a medida vai ajudar na educação cívica das crianças e jovens sobre o cumprimento das regras básicas de trânsito.
    Sobre as doenças crónicas não transmissíveis, o comunicado final recomendou melhorarias nas intervenções de prevenção, diagnóstico e tratamento precoce incluindo a assistência no sistema de saúde com envolvimento da sociedade na promoção e adopção de estilos de vida saudável.
    Reforça também a necessidade do melhoramento da sinalização e iluminação pública, realização de campanhas de sensibilização sobre higiene oral nas escolas e na comunidade. O encontro foi realizado no Hospital Josina Machel e teve a participação de especialistas do Ministério da Saúde, Ministério do Interior e médicos.
    Os participantes no encontro constataram que existe melhoria nas vias de comunicação terrestre, mas a preocupação é o aumento de acidentes de viação com elevado número de vítimas humanas, com maior incidência em jovens do sexo masculino.
    Os médicos consideraram que as doenças crónicas não transmissíveis continuam a ser preocupação, com destaque para os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). O director-geral do Hospital Josina Machel, Alberto Paca, disse que o encontro científico é realizado anualmente, para fazer análise e balanço das principais causas de enchentes nos bancos de urgências.
    “Está claro que a sinistralidade rodoviária é um problema de saúde pública, tal como as doenças crónicas não transmissíveis, porque constituem as principais causas de internamento e de óbito no nosso hospital, por este motivo, é sempre necessário fazer uma abordagem para encontrar estratégias que resolvam esta situação”, disse.

    Cancros e hipertensão

    Alberto Paca disse que as doenças cronicas não transmissíveis que mais surgem nos bancos de urgência são, a hipertensão arterial, a diabetes, doenças cardiovasculares e os cancros, sobretudo os da mama e do colo do útero.
    “O cancro da mama em Angola tem aparecido com muita frequência, é preciso realizar trabalhos em profundidade, para diagnosticar o mais rápido possível a doença e salvar as mulheres. É também preocupante o cancro do colo do útero e da próstata”, disse o médico.
    O director do Hospital Josina Machel revelou que o banco de urgência recebe por dia 50 casos de doentes com traumatismos e dez pacientes acabam por ser internados.
    No hospital existem mais de 130 camas de internamento, mas a maior parte fica ocupada por pessoas vítimas de acidentes na estrada.
    “A maior parte das vítimas de acidentes chega em estado graves ao hospital ou falece devido ao atendimento tardio ou à má remoção ou transporte dos sinistrados. Quando não existem cuidados os doentes ficam com sequelas graves, porque não são tecnicamente bem atendidos durante os primeiros socorros”, revelou o médico.
    Alberto Paca disse que por causa das situações de emergência, foi criado o Instituto de Emergências Médicas que ainda precisa de crescer mais e ser expandido, formar recursos humanos suficientes e capazes, comprar equipamentos adequados para que em tempo oportuno no local do sinistro possam prestar assistência.

    Mortes nas estradas

    O director Nacional da Viação e Trânsito, Inocêncio Morais de Brito, afirmou que no período compreendido entre 2005 e 2011, verificou-se um incremento de 100 por cento dos índices da sinistralidade rodoviária no país. Foram registados 81.360 acidentes, resultantes de 18.188 mortes e 76.497 feridos.
    Luanda é a cidade com maior índice de sinistros. De 2005 a 2011 registou 47.263 acidentes, dos quais resultaram 4.403 mortes e 10.876 feridos. As províncias de Benguela, Bié, Huíla e Huambo são as que registam mais sinistralidade, depois de Luanda. Os índices mais baixos registaram-se em 2005, com uma taxa de nove por cento dos acidentes, oito por cento de mortes e oito por cento de feridos.
    Estudos científicos mostram que a não utilização do cinto de segurança está na base das mortes do condutor e dos ocupantes do veículo, em 50 por cento dos acidentes.
    A sinistralidade rodoviária na província de Luanda deve-se ao desenvolvimento social, económico, de infra-estruturas, alta concentração demográfica, aumento do parque automóvel, processamento dos serviços de transportes colectivos, individuais de passageiros e de aluguer.

    FONTE: JA

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